Hermó

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro & Mello

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Artigo nº 89 - 18/11/2022

Singularidades austríacas

O impensável agora é possível, na verdade sempre foi. Desde alguém atirar menina com seus 6 anos pela janela (ou ela atirar-se..., alguém pensou nisto?) ao curioso caso austríaco de certo senhor eletricista prender a própria filha por 24 anos, estuprá-la seguidamente a gerar sete filhos em incesto, criando os selecionados em “normalidade” e os outros, com a mãe, confinados em sótão ou porão, sem janelas.

Hábitos regionais, diria eu no caso austríaco; desvio de hábito no nosso caso paulistano.

A Áustria é sem dúvida lindo país porém gerou uma confusa profusão de homens assustadoramente mostrando a perversão humana, como nós a entendemos, ter por lá ancoradouro seguro. Do modesto técnico que sequestrou uma menina de 10 anos e a manteve em porão até esta escapar e contar o caso; e ele suicidar-se (o que mais poderia fazer?), ao formidavelmente hiper-perverso Josef F., cuja filha já em seus 40 anos apresenta-se como vítima em hospital numa emergência com um dos filhos teve com o pai, e ele, progenitor-estuprador, preso, diz “lamentar ter maltratado a família com este ‘evento’ ”.

E não esqueçamos da apoteose da perversão, A. Hitler, também austríaco. Ele fruto incestuoso do relacionamento do pai com uma sobrinha, com a qual casou. Repetindo, por sua vez, o feito pelo pai, ao relacionar-se com uma sobrinha, Fräulein Raubal, filha da sua meia-irmã. Esta jovem quando grávida do imbecil, comete suicídio. Ou foi morta pelo tio, em pânico, pois seguramente até instintivamente saber que relações incestuosas detonam certa problemática genética. E, paladino da pureza das raças, seria vergonhoso aparecer com o filho deficiente; ou com seis dedinhos... Comum o fato em grupos que menos se relacionam com o que chamam “estranhos” ou “estrangeiros”...

Conheci uma senhora em Santana (o bairro é tradicional no pensamento e certamente um tantinho perverso-conservador) a comentar com o filho mais velho, terminado o casamento de outra filha, lamentar o fato esta não haver “casado com um dos irmãos” e sim com o ‘estranho’; facilitaria tanto as coisas, pois o filho era rapaz tão preparado e saberia arrumar a vida dela, ficando tudo “em família”.

Hábitos obscuros, desejos estranhos.

Na biografia escrita por Werner Maser sobre Hitler, a questão incestuosa na região onde nasce o grande assassino é comentada como ser bastante comum. Casamentos entre primos, tios e sobrinhas, entre meio-irmãos e por aí vai. O estupro das adolescentes pelos próprios pais quase rotina naquelas épocas, espécie de forma de “adestramento” à dura vida que levariam a posteriori. Na verdade ainda levam, basta ler o jornal e o caso Josef F.

A mesma nação apresenta-nos o pai da psicanálise, Sigmund Freud. Quem sabe para tentar explicar o que se passa nas cabeças dos Josefs?

O estranho Josef F. Que passaria na cabeça deste sujeito?

O apartamento, com revestimentos acústicos pesados onde confinava a filha e os filhos-netos.

Outra vista da prisão doméstica.

Século XXI, mas pelo visto pouco muda na maldade humana. Principalmente em relação aos mais próximos.

Comentários

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Hermó - 02/05/2008 (10:05)

Pelo que transparece pelos meios de comunicação, a filha de Josef, apesar dos 24 anos de jaula e estupro, por algum mecanismo formidável da mente humana manteve a sanidade. Criou os filhos no buraco, mesmo frutos de estupros. E quando finalmente instada pela denúnica anônima dizer o que ocorria, ainda com medo de seu algoz-pai informou que tudo diria, conquanto jamais ela e os filhos tivessem que ver o monstro novamente. A polícia austríaca concordou. Quem não concordaria?

patricia teixeira - 02/05/2008 (05:05)

o que eu acho terrivel nestas historias é que monstros como o Joseph existem inumeros, cada um com sua tara, vivem do nosso lado e nem percebemos a perversidade no olhar. Vitimas eles também, certamente vindas de muitas gerações

Hermó - 28/04/2008 (16:04)

Curioso crime, com nascimentos. Seis ao total e uma morte natural. Houve denúncia anônima. Provavelmente um dos filhos mais velhos observou o pai-avô e descobriu a doidice, mas a denúncia é anônima. A TV austríaca informa que a esposa do maluco, a filha e os filhos estão todos na ala psiquiátrica de um hospital, mas curiosamente alegres, felizes e falantes... a filha maltratada por 24 anos, aos 42 tem os cabelos brancos como de uma velhazinha.

JORGE DOS SANTOS - 28/04/2008 (11:04)

Quanto a menina de 6 anos, não te preocupes. O povo brasileiro é muito inteligente, culto, tem uma enorme capacidade de discernimento e a mídia muita seriedade, assim como a nossa inigualável Perícia Técnica. Lembras da Escola de Base, quando o povo e a mídia os condenaram como agora e depois nem pediram desculpas? Pois é!