Artigo nº 84 - 18/11/2022
Ingrid Bergman foi parar na Unifesp...
Leio aqui sobre o protesto dos estudantes da Universidade Federal de São Paulo contra seu reitor, um tal Fagundes Neto, que fez bom uso do seu cartão de crédito corporativo. Em causa própria, claro, gastando uns tantos reais em despesas pessoais, por volta de 12.000 paus.
Pediu desculpas e informou “não sabia não poder fazer uso do cartão para coisas privadas”. Não deve constar no Manual do Bom Reitor. E por isto é reitor, alavancado no seu desconhecimento de assuntos triviais como estes, estando acima destas mundanas coisas.
Na verdade, poucos hoje se dão ao luxo de negar as safadezas, como faziam os políticos do passado. Admitem, pedem desculpas e sabem que não vai dar em nada mesmo. Ou, como o chefão molusco, alegam que “não sabiam”...
A ministra das questões raciais pediu a conta. E mais nada ocorreu, saiu chamuscada, porém sem danos maiores. Gastou uns troquinhos em dutifrichópi, não sabia que não podia.
O reitor Timothy Mulholland da Universidade de Brasília pediu a conta, depois que não soube como justificar algo em torno de 400.000 reais gastos com a decoração de seu apartamento funcional. Sem problemas, porém. Não irá preso, nem devolverá a grana. Nestas latitudes não condenamos, sempre toleramos. Os estudantes que forçaram a sua demissão já desocuparam o local de protestos...
Mas, pai de estudantes, um pouco envergonhadamente em universidades públicas e gratuitas, olhei com mais parcimonia os rostos dos jovens e das jovens do alegre protesto contra o safadão aqui em Sumpa, o tal “não sabia”, segundo ele mesmo.
Em bela foto de Jonne Roriz da Agência Estado.
Ao lado, observem.
E verifiquem também que em meio aos estudantes, quem vejo? Ingrid Bergman, in persona. A atriz furtou-se para o meio estudantil, a pedir a saída do Fagundes e seu cartãozinho mágico, o qual paga despesas no exterior. Pequenos mimos...
Estaria esta reencarnação da bela atriz sueca nos fazendo repensar que ainda há esperanças? Que os Fagundes, Mulhollands e toda corja a se banhar com as benesses do dinheiro de impostos, de que se apropriam sem cerimônia, vai mesmo para o desterro moral, forçados pelos jovens, ainda , digamos, isentos dessa mutretaria geral na qual se transformou a administração pública da Nação?
Um conhecido, que assessora na imprensa empresas e políticos, no início da atual administração petista em 2004, me afirmou, sério:
“ Corrupção como agora começou jamais vi!”.
Achei deslavado exagero, porém quando pousou o Aerolula, novinho, e os fiscais do trabalho por aqui aportaram, ávidos por caixinhas e ameaçando devassas depois de muito tempo de pausa, dei razão ao homem. Basta ver a greve dos funcionários da receita federal, com seu piso salarial por volta de 10.000 reais... e chiando, chorando injustiças;
Como agora nunca foi... e piorando.
À direita neo-Ingrid Bergman, endossando a saída por sem-vergonhice do reitor da universidade federal.
O detalhe ajuda. As musas que apontam aos corruptos reitores o caminho da saída. Ainda bem que as há.
A semelhança com a grande atriz sueca é curiosa.
Bem jovenzinha e depois a famosa atriz.
Na parceiria com Humphrey Bogart, em Casablanca, por muitos cinéfilos tido como o marco filme-de-todos-os-filmes.