Artigo nº 63 - 18/11/2022
Hm!
Onde se come bem nesta cidade? Sumpa é de longe “o” ponto gastronômico de toda América Latina, com perdões aos platinos-porteños e cidadãos da Cidade do México que ousam se arrogar similaridades; ou até superioridades.
Nada feito, aqui se come melhor.
Com suas críticas, por exemplo: a de não existir nenhum restaurante de boa comida brasileira. Não mesmo. Destes que nós ficaríamos doidos para ir, com filas e tudo. Não há. Mas, amálgama de origens que somos, temos a melhor comida italiana do hemisfério, seguida da japonesa, a francesa e a internacional (seja lá o que seja...).
Metido a cozinheiro amador, com alguns apreciadores, sou fã de lugares onde se saboreia boa comida, nesta cidade.
Vou citar e para aqueles que nada têm a fazer no fim-de-semana, bom divertimento, se lá forem.
Italiana: o novo micro-restaurante do Benny Novak na Rua da Consolação, Tappo; recomendo o vitelo com creme de atum de entrada e qualquer massa com o ragu. Imbatíveis. Na hora da conta, prepare-se, mas vale a pena.
Japonesa: Semba-Koyama, na Rua 13 de Maio no Bexiga. Pelo grande público oriental e pureza dos pratos, percebe-se: o melhor de Sumpa. Extraordinários sashimi de toro (aquele atum gordo que, de fato, derrete na boca), excelentes temaki, bons gioza. Peça recomendação à turma que serve, há sempre surpresas.
Francesa: La Casserole, no Largo do Arouche. Não é só pela culinária (os rins de vitelo, dizem, são ótimos; não sou grande fã dos míudos com cheiros), mas pela atmosfera. O conjunto é, realmente, dir-se-ia, parisiense. O patê da casa (do tipo patê de campanha ou patê campestre) é excelente e o galo-no-vinho dos melhores.
Espanhola: Don Curro, Rua Alves Guimarães, de fato é muito bom, apesar dos preços hiper-pornográficos. Plancha de mariscos imbatível, a paella muito decente, mas não de arrasar.
Alemã: nenhum presta, sem exceção. Uma vergonha, pelo tamanho da colônia e número de descendentes. Até o do Club Transatlântico, na Marginal Pinheiros pelo “lado dos ricos”, que diziam excepcional, desaponta.
Carne: Martin Fierro , não lembro a rua, na Vila Madalena. Excelente, à argentina. Só tomem cuidado com a senhora maitresse, de humor peculiar.
Rodízio: Fogão Gaúcho, na Marquês de São Vicente. Único deles pequeno, excelente picanha e o melhor serviço. Sem a barulheira de rodízio.
De hotel: nenhum, são todos ruins ou caríssimos. Não percam tempo.
Pizzaria: Cristal, tem em todo canto. Mas peça em casa. A única decente para ousar ir é a Graminhas, Vila Madalena, Rua Aspicuelta, com umas pizzas retangulares de arrasar; peçam a de javali defumado com mussarela. Com cerveja Norteña, combinação excelente.
Nordestina: lá em casa, imbatível.
Baiana: idem, mas tem um meio quebra-galho alternativo lá na Rua Fidalga, de nome Soteropolitano. Encareceu um bocado, mas as muquecas (moquecas?) são bem atraentes.
Frutos do mar: Amadeus na Rua Haddock Lobo, melhor entre os melhores do mundo. Até, se pedir, os mexilhões com vinho branco, à belga, fazem: com maionese, pão e batatas fritas. Excelentes ostras frescas de entrada, com gosto de mar.
Paisagem: restaurante do Yacht Club Santo Amaro, Rua Edison Régis. A feijoada é razoável, aos sábados.
Boteco: o bar do mesmo clube, com uma vantagem fenomenal sobre todos os demais: nunca enche e é super-aconchegante, com as melhores caipirinhas de São Paulo, sem arrancar o couro, como se diz.
Alternativo: Freddy, na Av. Portugal, melhor ajuste culinário “by appointment only” da Zona Sul, somente acertando antes dia-prato-e-hora (via e-mail em Freddy ).
Melhor hamburger: Hobby na Rua Cardoso de Almeida. Incomparável, mas abusivos.
Melhor cantina: a certeira e ligeira Lellis Trattoria na Rua Peixoto Gomide. A salada com torradas de pão italiano ao alho é inesquecível e as massas excelentes, copiosas.
Médio-oriental: Casa Garabed por Santana, em travessa da Rua Alfredo Pujol. Esfihas feitas com um esmero que é indescritivel, tão boas.
Buffet: Fasano Buffet na Rua Tabapuã, o único que salva a categoria, com magistralidade. Bom serviço, ambiente agradável e comida ótima. Se for convidado para evento por lá, não deixe de ir.
E por fim, já famosos no passado, Chinês: China Esmeralda na Rua Cândido Espinheira. O único de boa culinária, somente padrão, com perdões aos demais.
Em tempo, Vegetariano: tenham a santa paciência...
Bom apetite!
No Martin Fierro, a melhor carne. Cuidado com a "maitresse"...
Restaurantes de hotel são em média fracos. Os poucos bons são tão caros, que perdem a atratividade para nós mortais pagantes. Tornam-se preferidos dos "cavaleiros das despesas empresariais" ou "jantadores corporativos".
O maior pólo gastronômico da América Latina, profissionalíssimo. Com certeza há um local bom para comer, sempre.
Somente após "ajuste comida-dia-horário", o excepcional Freddy.
Sem dúvida a melhor paisagem de um restaurante na cidade de São Paulo, o "GoodTimes" no Yacht Club Santo Amaro.