Hermó

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro & Mello

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Artigo nº 53 - 18/11/2022

Lula, vá...

Vários escritores nos novos meios eletrônicos, pelo visto bastante revoltados com o atual caos em algumas áreas cruciais dos sistemas públicos, recomendam a frase acima.

A colocar em aspas por gentileza quem ler, por não ser de minha autoria.

Chocante, admita-se. Um presidente de nação que dir-se-ia poder classificar entre as quinze mais economicamente potentes do planeta, instado a este complexo gesto; porém muito recomendado, país afora. Quase forma democrática.

Um amigo me repassa certo texto, onde, revoltadíssima, uma senhora com estes maus modos desabafa, provavelmente inconformada vítima de algum comum abuso das autoridades públicas; talvez um embarque aéreo não efetuado, certo imposto não devolvido, demorado passaporte caro e toda sorte de aberrações que permeiam por aí, nesta área. Pede a dita ao presidente que "vá se ...". Modo grosseiro. Imerecido.

Mas saiu daquela alma. Nos parece que a tal classe média brasileira, lentamente, começa a se encher da confusão instalada sob a égide da estrela de pontas, mormente contra a pouco reativa elite política e governista, diante das verdadeiras barbaridades orquestradas por incompetentes administradores. Lula, raposa política, porém perdendo os pelos e o faro, com ajuda dos seus assessores, procura desvincular-se, atar-se aos que em peso o elegeram, aquela metade da nação parcialmente em Lumpen.

Porém um erro político ignorar os protestos da classe média brasileira. Talvez seja maior que imaginada, para politicamente rejeitá-la, este antro de malvadas e malvados, vá lá, cidadãs e cidadãos.

Apesar do petismo mostrar seu repúdio à esta burguesia média tão nociva, que tanto mal fez ao país, apoiando os soturnos militares e toda sorte de truculências direitistas, de 1985 em diante recebeu as devidas e justas porradas. Todas elas diferidas pela piora do sistema de apoio nacional aos cidadãos médios, em qualquer instância. A tornarem-se membros de uma casta proscrita, nojenta, sussurando envergonhados que "sim, eu fui à Disney e paguei no cartão em 10 vezes."

Cansaram porém; a maioria já são filhos da geração malvada, tal não se consideram. Exigem respeito à sua condição de também cidadãos, pagadores de impostos. Consideram-se os maiores empregadores do país (que de fato são, pois a classe média brasileira, tem, em média, uma pessoa a trabalhar para si por família, a tão querida empregada doméstica). Considerando 35.000.000 de brasileiros como cidadãos de classe média, empregam 7.000.000 de pessoas em serviços domésticos. Que outro empreendimento gera tantos empregos?

E tendo muitos deles também votado na raposa para cuidar do galinheiro, agora percebem que esta, além de não saber olhar pelas galinhas-corporativas, não ser muito ou quase nada de sua natureza. Apenas delas quer se alimentar; e o fazendeiro deve mais fornecer, após criar.

O fazendeiro classe-média e seus impostos e taxas.

São assim. Estão se enchendo, porém...

O banho de mar, a revigorar e lavar das ofensas desta classe média perniciosa ...

A espicaçante classe média a contestar sua eterna culpa neste país de menos favorecidos, detona algum protesto... sem efeito, claro.

Monsieur Le President parece estar sentindo algum odor diferente... Coisas dos trópicos neste encontro em 12.02.2008 na Guiana Francesa. Curioso que até hoje ainda há colônias, como esta.

Comentários

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JORGE DOS SANTOS - 22/02/2008 (15:02)

LULLA VÁ, MAS VÁ MESMO...

julia - 11/02/2008 (17:02)