Hermó

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro & Mello

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Artigo nº 122 - 18/11/2022

Volgogrado

Stalingrado (hoje Volgogrado) às margens do Rio Volga, na parte sul da Rússia, era um ponto importante de passagem de suprimentos para o exército russo na Segunda Guerra Mundial. Por lá houve a mais sangrenta e danosa batalha para as tropas alemãs, talvez a maior derrota militar de exércitos na história da humanidade. O maluco Stalin e o imbecil Hitler por ambos os lados ordenaram a civis e militares em hipótese alguma desistissem de atacar ou defender a cidade.

750.000 soldados alemães foram mortos, 6.000 apenas sobreviveram dos 260.000 se renderam aos russos, após o general von Paulus verificar haviam perdido, de fato. Rendeu-se contra as ordens de Hitler.

Meu pequeno e particular ciclo do cinema alemão recomenda esta obra, bem estruturada a mostrar o cotidiano infernal desde a recuperação na Itália da campanha da África por um grupo de Landser, soldados da infantaria da Wehrmacht até sucumbirem no gelo e pelo descaso dos oficiais em Stalingrado. Fascinante e marcante, sem os clichês de alemães totalmente imbecis ou sanguinários como Hollywood impunha.

Segui assistindo Pioniere von Ingolstadt do Rainer Werner Fassbinder. Posso ser franco? Um lixo, não vale a pena. Monótono e sem ritmo, com atrizes de mini-saia na Alemanha nazista e negros como soldados alemães. Iconoclasta sem graça, como seu counter-part latino, o incompreendido Glauber Rocha, não move a nada. Bocejos imensos. Nem a encantadora Hanna Schygulla segura o troço.

Por fim o melhor: Germania Anno Zero do Roberto Rossellini, sem este diretor requerer apresentações. Italiano a rigor, porém com temática e atores alemães. Maravilhoso, no ciclo italiano documentário-dramático. Filmado in loco na Berlin ainda destruída de 1948, com artistas excelentes, o ranço do inexplicável da guerra e jovens adolescentes no sofrer de pedofilia, malandragens de mercado-negro, exploração pelos pais. Um filme é necessário ver, um pedaço da história alemã retratado com brilhantismo pelo grande mestre italiano.

1 Um grande filme, nas boas locadoras (2001, por exemplo). Fascinante do começo ao fim.

2 O frio derrota os alemães, assim como a terrível tática de deixá-los avançar, conquistar a cidade e saber que estão por fim fechados em bolsão, sem escapar.

3 Sem graça, bobo, e confesso que Fassbinder para mim é um tremendo de um saco assistir. Lamento.

4 Um obra-prima do cinema, inegável. A condução semi-documental do Roberto Rossellini é magistral. Um filme dramático, trágico e forte, mas com as doses de realidade que fazem o bom cinema.

5 O menino intérprete, (Edmund Moeschke) que seguramente viveu aquilo por ser cria da época terrível, numa das mais comoventes atuações infantis que já acompanhei.

Comentários

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- 27/06/2008 (08:06)

RENDER -SE É UM FATO. UMA REALIDADE . ADIANTARIA ALGUMA COISA A NÃO CAPITULAÇÃO POR PARTE DOS DEFENSORES DE BERLIN? IRIA SER UMA CARNIFICINA AINDA MAIOR DO QUE FOI., TUDO, TUDO POR OBRA E GRAÇA DE BORMANN, GOEBBELS, GOERING , HIMMLER E TODOS OS OUTROS, QUE VIERAM DIRETO DO ESGOTO, CERCAR O CAPORAL DA BOHEMIA.

LUDWIG VON ALBARUS

Hermó - 24/06/2008 (07:06)

Excelente, e baseado em fatos, pelo que averigüei. A sequência inicial, singela, lembra um pouco a história de Pedro e o Lobo, tão lindamente musicada depois por Prokofiev, mas isto é outra história.

Taborda - 24/06/2008 (07:06)

Caro Hermó, "Círculo de Fogo", também, é um bom filme. Vale à pena ver. Nele Ed Harris é um franco atirador alemão e Jude Law é a sua contra-parte soviética. Bons atores e um bom resultado.