Hermó

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro & Mello

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Artigo nº - 22/02/2024

Recado dado.

Quando um lado simplesmente segue com sua "agenda" pouco se lixando para eventuais consequências, a rigor sabendo tristemente ser sua única opção, vemos o que o governo israelense faz.

O recado foi dado, no estilo "se desejarem nos confrontar, meçam os possíveis resultados."

Forças armadas bem estruturadas e ágeis deram a resposta não imaginada. O Hamas em sua inteligência estratégica falhou terrivelmente, calculando com os reféns ter capital suficiente para maiores negociações com Israel.

A inteligência israelense também errou, acreditaria eu estar sempre bem informada com espias e escutas nas áreas palestinas, porém pelo visto, tal qual os americanos em 2001, não tinham a menor ideia do que estava em curso.

Concluo talvez Israel já ter dado os reféns como perdidos, dano colateral politicamente precisa ser negociado com os parentes ativos, todavia a dividir mais o país entre radicais religiosos de direita e progressistas cidadãos.

E ainda me impressiona como ditaduras (o Hamas e os vizinhos de Israel todos são) conseguem mundo afora adesão, admiração e seguidores. Quando vejo os jovens imbecis vestidos com uniformes de campanha e suas faixas na cabeça, metralhadora em riste, sigo sem entender como deixam se convencer sem a menor noção do risco. Com promessas fúteis de virgens, paraíso e famílias bem providas, caso sofram algo. Em pleno século 21, com celular à mão... triste.

Porém os vizinhos belicosos de Israel repensaram participar da besteira iniciada pelo Hamas. Isso é bom. Ao norte o Hizbollah se limita às bravatas de sempre, seus dirigentes aparentemente sem querer Israel jogando duro com eles. Assim a tal Autoridade Palestina na Cisjordania, sem ação contundente. E Egito, Jordânia com Síria, até o distante Irã dão apoio "incondicional" mas nada fazem de concreto pelo Hamas.

Que imagino já dividido, deve haver vários hamases...

Porém temos também os eleitores venezuelanos que com 95% (!) de adesão votaram a favor da tomada do estado de Essequibo pela Venezuela. Não há como julgar se o plebiscito foi correto.

Caso tenha sido, a imbecilidade coletiva de fato existe. EUA e Brasil já deram o recado, não deve haver maiores avanços a não ser o plebiscito fajuto, mais um...

Esperando os chineses não façam plebiscito sobre invadir Taiwan. Baixo risco, eleições e plebiscitos por lá não rolam, é ditadura comunista mesmo. Porém já há recado colocado há 70 anos, a província rebelde e sua produção de chips segue, enfim, rebelde...

Idem a ditadura russa, com recado dado por europeus e americanos, mais incisivo, com fornecimento copioso de armas modernas, levando tudo a uma indefinida guerra de trincheiras. Demorada, quem sabe a terminar quando o ditador se for (ou o tirarem de lá).

Argentina e as Falklands são a prova dos recados operacionais. Discursos não fazem conquistas. Mas armas e organização.

Somos assim. Estúpidos. Mas entendemos recados.

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