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Artigo nº 1021 - 18/11/2022

Entre república e cidadania: o brasileiro.

Por Erica Silva Teixeira, de Salvador

Democracia é uma das minhas palavras preferidas por conta de sua polissemia. Com ela, tantas outras que falam de teoria geral do estado.

No meu primeiro semestre de faculdade, aprendi que República representa: "res pública". Ou coisa pública. De todos. Esse significado tem um poder simbólico muito grande, porque, ocultamente, ele fala da participação daqueles que compõem uma nação.

Logo, é impossível pensar em regime político republicano sem que haja pessoas. Ou melhor, cidadãos. Esse atributo é muito importante porque ele qualifica a humanidade: lhe cria direitos políticos dentro de um regime jurídico. Ou um estado (democrático) de direito.

O Brasil, historicamente, é marcado por um profundo afastamento entre o cidadão e a república, em seu sentido genuíno. Não nos sentimos, em maioria, pertencentes ao país do qual fazemos parte. Praticamente órfãos de representação. As causas, infinitas. Os responsáveis, todos nós. Inclusive os que aqui nem mais estão presentes.

Coincidência ou não, em tempos de pandemia e anomias jurídicas, calhou o país de vivenciar dois grandes acontecimentos em um único dia: proclamação da república e eleições. Prefiro acreditar que Deus, que não brinca com dados, valeu-se da sincronicidade do universo para nos lembrar que só há república se houver cidadania qualificada e plena.

Entre as duas, o voto e os representantes eleitos, que dependem da escolha de cidadãos conscientes. Aqui, o verdadeiro desafio. Que saibamos escolher os melhores.

Que possamos ser melhores, para que não continuemos assim.

A coisa pública, Res Publica. Dos homens.

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