Meu primeiro Christ-Stollen.
E lá vou eu, sexagenário.
Com direitos de idoso (mas sem usufruir de transporte público gratuito) a mais uma aventura culinária.
Saudosista, refazendo um, digamos, confeito natalino, lá dos cafundós da gelada Alemanha.
Minha mãe elaborava com receita, depois descobri, de um livro até hoje editado por certa empresa faz tudo para seus bolos ficarem certinhos, além de essências, pudins e por aí vai.
Achei tudo no mercado e curiosamente, apesar de pouco conhecido pelo Brasil, o tal Christ-Stollen, versão com ricota (não encontrei Quark, a coalhada alemã), é relativamente simples de fazer. Meio abrutalhado, não contém a leveza e delicadeza de seus concorrentes mundo afora, o maior deles o delicioso panetone.
O Stollen é um troço meio denso, vai de banha de porco à ricota em sua composição (mas pulei a banha, fui de manteiga).
Gostei da parte das frutas cristalizadas embebidas no rum (comprei um, bonzinho) e meu filho mais velho já detonou "uma-para-o-Stollen-duas-para-o-confeiteiro-né-pai?".
De fato, ocorreu, por que negar ?
Ficou grande demais, exagerado e ainda falta o principal: o envelhecimento do bicho.
Leio esse bolo de Natal na Europa requer em média 8 semanas para desenvolver todo seu sabor.
Portanto já estou atrasado no processo.
Foi divertido, requer músculos e certa chutometria, a provar a massa crua se boa de baunilha, de açúcar e raspas de limão, de passas, de nozes e farinha.
Espero tenha ficado bom, domingo saberei.
Enfim, diminui um pouco a saudade da turma imigrante, meus pais, traziam de suas pátrias geladas essas coisas simples, também a aplacar suas Heimweh. Essa, como a nossa saudade, palavra penso de difícil tradução.
Bom Natal a todos e que 2018 seja um grande e inesquecível ano.