O dente do tempo corrói a nós todos...
Não sei se frase de Ovídio, da antiga Roma ( "O dente do tempo corrói as coisas") ou de Goethe no seu poema dramático, o Fausto, ("O que o tempo pariu, o dente do tempo irá deglutir... afinal somos todos produtos da Terra.")
Na minha corrida por chegar ao artigo nr. 1.000 nesse bilogue e finalmente encerrar (eles perderam muito de sua função após o advento forte das redes sociais pela Internet), tenho pensado nisso.
Ontem em enterro de um bom homem conheci em 1970, seguindo para a eternidade após 90 anos por essas paragens, me dei conta de nossa, digamos, finitude.
Personagem dos mais discretos conheci por essa vida, boníssimo e bravo lutador pela família e longevidade, penso alcançou seus objetivos.
Os circunstantes no velório, missa e enterro, com média de 60 anos, seguramente compartilhavam meus pensamentos.
Cabelos brancos, aparelhos auditivos, troca de chistes referentes a cremes para rugas, avanços de questões prostáticas, óculos para longe, perto, monitores, bordado e sol, dores nas costas, síndrome de Peyronie, evacuações sonhadas e mal-realizadas, viagens para Caxambu e por aí vai...
Mas o dente do tempo segue corroendo. Podemos lutar contra o desgaste. Exercícios, terapias, relaxamentos, manter a "mente jovem" e outros processos, muitos duvidosos ou tanto ridículos, como companheiras e companheiros bem mais jovens (alguém sendo enganado nesse ato curioso), cirurgias (só agradam a quem se submete...) e remédios milagrosos (como um tal de KH 3, de certa doutora romena, Anna Aslan, um engodo que durou décadas. Meu pai, morto aos 57 de infarto fulminante, que o dissesse...)
Enfim, encarar o envelhecer de frente parece é a opção e fazer disso o melhor, sem muita ginástica (não a física, mas a contorcionista de muitos a imaginarem-se um tanto isentos do processo).
Pois, queiramos ou não e regra sem exceção, acabamos no caixão...