Heitor
Estranhamente não há Premio Nobel de Música. Há os para a paz, literatura e outras áreas. Mas para a universal música não há. Talvez o estrondo Alfred Nobel causava com sua dinamite tenha velado sua capacidade auditiva e musical.
Não importa, mas se houvesse a homenagem, com certeza nosso Heitor Villa Lobos estaria entre os agraciados.
Ouço aqui trechos da coletânea de cedês Villa-Lobos, par lui-même, EMI Records 1991. Comprei a peso de ouro na época do lançamento, hoje deve estar mais suavizado o repuxo à carteira. Mas fascinante ouvir, a deixar o mais insensível sujeito pelo menos curioso quando ecoa sua Bachianas Brasileiras nr. 6 (somente permitia a denominação no plural, o irreverente compositor).
Sua "Síntese Histórico Musical", Descobrimento do Brasil originalmente a acompanhar o filme homônimo de 1937, do Humberto Mauro, contido no primeiro disco desta formidável coletânea de meia-dúzia, conduzida pelo próprio compositor em 1957 à frente da Orquestra Nacional de Radifusão Francesa, é um passeio musical a acompanhar Pedro Alvares Cabral em 1500.
Descrevendo sonoramente detalhes como os pássaros distintos os portugueses verificaram; simplesmente perfeito. O badalo do sinote da primeira missa... magistral. Um grande compositor, certamente nosso maior.
Autodidata, pelo que leio. Fascinado por Johann Sebastian Bach e, apesar de não dito, Ravel. O primeiro mesclou com as modinhas, criando as geniais Bachianas, a encantarem o planeta. Ravel, amadora nota minha, penso o influencia nos crescendos, nas sequencias daphne-cloéianas, nos longos trechos. Sua leve francofilia, apesar do exarcebado nacionalismo musical, quase geográfico, era inegável, ravelismos porém não seria surpresa.
Com as devidas licenças, espero sem ofender herdeiros e detentores de ordens e direitos, um pouquinho da imagino peça predileta do autor.
Para ouvir basta clicar aqui. Um pouco de paciência é requerida, para "baixar-se" o arquivo