O que desejamos para uma nação?
Após a ducha fria que foi o ultra-corrupto ou corrompido governo Lula-Dilma e a manutenção da espoliação com o sagaz Michel Temer, o país afunda em vagas de estoicismo. Indiferença avassaladora, nosso interesse nos destinos da nação não passa de pensarmos em confortável aposentadoria e vencimentos tranquilos.
A seguir a doutrina napoleônica, "Mulheres e homens não desejam liberdade, desejam apenas conforto."
Os momentos de glória nacionalista-petista com estádios pomposos, copas de futebol e olimpíadas mostraram-se apenas uma gigantesca roubalheira, em conchavo de Realpolitik tupiniquim com o partido político mais corrupto da história da nação, o PMDB e seus execráveis componentes. A envergonhar seus membros antigos, como Ulisses Guimarães, Mario Covas e talvez até FHC, antes da saída, talvez em tempo a fundar o não menos pior PSDB.
De qualquer sorte, nesse marasmo indiferente que abafa novas lideranças apontarem, percebemos não só por aqui, mas em toda América Latina o que chamaria de abominação à classe política.
Como já fizemos com os militares.
Excetuadas a chauvinista-chavista Venezuela com militares no controle, Cuba e talvez a Nicarágua, as demais nações se encheram dos uniformizados e agora da turma do discurso político inócuo, apenas negando a corrupção. Tão evidente, porém, que escolares ingênuos já percebem não haver substância na costante negativa.
E nada por vir.
Seja um Trump velho e inconsequente nos EUA, eleito por uma minoria ultra-reacionária, bairrista ou cuidadosos franceses a arriscar o voto em um jovem menos experiente. Ou a desanimada manutenção indiferente de políticos que demonstram talvez menos corrupção, alguma abertura a novidades e um certo pan-europeismo e globalização possível, como Angela Merkel e os dirigentes nórdicos ou nipônicos.
Já russos voltam ao antiquado czarismo, com um pseudo-rei e primeiro-ministro, em troca-troca de cargos por anos a fio.
E a maior ditadura de todos os tempos, mantida desde 1949 pelo PC da China vai bem, na linha napoleônica: conforto material, liberdade fica para depois.
Por aqui o judiciário brazuca se arroga e arrisca determinar os destinos da nação, o primeiro caso de ditadura judiciária da história, pós-Inquisição. Juízes mandam e desmandam ao arrepio do que legisladores ajustaram no passado, em interpretações antiquadas e autoritárias, imbuídas de sincretismo evangélico ou alinhamento a partidos de oposição, discretamente negando, claro.
E nós, como sempre, carneiros obedientes, marchamos à tosa ou abate, acossados por cães dos pastores ou lobos predadores, sem sabermos a razão, seguimos nossas vidas, indiferentes.
Sonhando com Miami, uma poupançazinha intocada e a troca do automóvel a cada 5 anos.
Somos assim. Nada desejamos para a nação. Não há projetos, não há unidade. Cada um por si e impostos para todos.