Corrupção total
O atual fenômeno no país é um marco na história mundial. Em proporções reais (volumes, valores e pessoas envolvidas), não há muitas dúvidas o Brasil ser a nação mais assolada pela corrupção do planeta.
Em todos os níveis, seja do policial rodoviário ao ministro de estado, passando pelo judiciário.
Verdadeiros campeões.
Quando jovem engenheiro a assumir uma gerência de empresa em São Paulo, imaginava ser muito disso apenas lenda. Não poderiam compradores de estatais ou grandes empresas simplesmente abrir a mão a pedir um "agrado" para conceder um pedido.
Tristemente percebi era mais a regra que exceção.
Grandes montadoras, estatais do aço, prefeituras, etc.
Em certo instante pensei em me rebelar, mas evidentemente ficaríamos sem pedidos. O sistema era pura chantagem: ou paga ou está fora.
As empresas privadas porém começaram caças às bruxas nos anos 1990, com auditorias pesadas em seus departamentos de compras e financeiros e seguimento de regras estritas, a tal "compliance".
Funcionou, hoje em dia é raro alguém pedir algum "agrado", nessas áreas.
Mas em estatais, com políticos mexendo os pauzinhos para levarem vantagem em tudo, assim como órgãos de governo ou compra de armamentos, o sistema disparou. A um camarada como o ex-governador do Rio ter amealhado algo em torno de 200 milhões, só com caixinhas.
Caixonas na verdade.
Diz hoje um grande jornal que 99,9% dos políticos são corruptos.
Até os arautos de petismo, tido como de certa imunidade, como Jaques Wagner, (carioca, a não esquecermos, especialistas no assunto...), entre relógios e grana, levou uns 20 milhões apenas da construtora maior do estado governou.
Difícil resolver. Deve acabar como na Itália, onde após os assassinatos de alguns juízes e a fuga do primeiro-ministro, os tribunais aceitaram a prescrição de vários processos, Berlusconi assumiu e a corrupção voltou, firme até hoje.
Ela sempre vence. Interessante.
Faz parte de nós, somos assim.