Seu número da sorte?
Dizia ele, confiante, "...é o 11". Não havia outro número que importasse. Quando "enricou", assim informava com ares de arrependido, ajustava os automóveis da família sempre terem finalização com esse número.
-"Placa 11, é carro do dotô."
A seqüência de números unitários fazia sentido em suas tiradas de "sorte", como mencionava. Datas, acontecimentos, valores, todavia e acima de tudo : o dia em que nascera, 11 de novembro, 11 de 11.
Quatro vezes o algarismo.
Era bom demais. Dizia ser até algo fálico; de fato o primeiro algarismo de nosso sistema a ser um pauzinho. A lembrar procriação, multiplicação, fartura.
Faleceu em um dia 5 de abril, em 2000, deu azar.
Estava certo, o número dele era o 1, o 11, o 1111... Acreditava. Nos demais algarismos não confiava muito.
Brincava até o tal Maluf, sempre desejoso de concorrer à presidência, e adotar o 11 na sigla, seria :- "A contra-gosto meu, mas com esse número, pode até ganhar!".
A sorte foi maior, Paulo nunca se candidatou com seriedade.