Diferenças...
Brasil e Alemanha têm as frotas de veículos semelhantes em tamanho, ao redor de 40.000.000 circulam por cada país.
Nossas regras para a condução são muito complexas, a iniciar em como conseguir e, após, manter a carta. Exames médicos a cada 5 anos com nova emissão, pontos anotados com infrações, novos cursos, etc.
A idade média dos veículos por aqui é maior, principalmente caminhões. Isso é perigoso, claro. Não temos mais controles como o TÜV, onde veículos alemães a cada 2 anos são inspecionados rigorosamente no quesito combustão e gases, aspecto geral, etc. Tentou-se em São Paulo com o Controlar, mas era apenas uma arapuca privada para conseguir mais dinheiro, pois carros mais antigos, de pessoas como menos condições financeiras não eram inspecionados, por uma questão "social"... E com caminhões o problema era imenso, a frota muito velha.
Não agradou, cheirou à mutreta, acabou.
Porém temos regras e mais regras, que ajudam principalmente a corruptos policiais de trânsito completar seus salários com a costumeira extorsão, que todos conhecemos.
E o sistema "exame médico" a cada 5 anos alimenta toda uma rede de médicos cuja tarefa é em 32,5 segundos avaliar sua completa história de saúde e aprovar se pode ou não dirigir.
Pagando-se, claro.
Temos em torno de 40.000 mortes violentas por acidentes de trânsito no pais. Somente indianos e russos se matam mais nas estradas.
Os alemães, sem exames médicos (a carta de habilitação não é renovável), sem pedágios e curiosamente sem limite de velocidade em suas auto-estradas, têm 3.500 mortos, base 2015. Em 1991, eram 11.300, mas com campanhas de esclarecimento e automóveis mais seguros (air-bags incluindo os laterais) e a constante inspeção mecânica bienal houve forte decréscimo.
Temeroso comparar ambos os países. Mas nosso "regrismo de resultados financeiros" não ajuda a matar menos nas estradas. A recente "maravilha" da diminuição na cidade de São Paulo do número de acidentes, propaga a prefeitura ser obra da diminuição da velocidade urbana de 70 para 60 , 50 e 40 km/h, sempre onde mais adequado para pegar os infratores com radares. Mas no resto do estado, houve a mesma diminuição, em torno de 25%, sem essas medidas.
Ou seja, a questão é mais o preço dos automóveis e combustíveis, a muitos voltarem a ônibus.
O que difere na minha opinião, adicionalmente, é nossa extrema agressividade no trânsito. Isso talvez seja fator adicional para a redução em São Paulo, no estado todo. Andamos menos carregados de ódio por alguma razão, talvez a nos perfilarmos inconscientemente com os mais calmos europeus e gringos ao volante, após tanto visitarmos seus países. E nós paulistas somos os que mais viajam para aquelas terras.
Em outros estados, Bahia por exemplo, pessoas adoráveis e simpáticas, cantarolantes de seus axés, atrás do volante se tornam bestas ensandecidas.
Somos assim.