Singularidades austríacas
O impensável agora é possível, na verdade sempre foi. Desde alguém atirar menina com seus 6 anos pela janela (ou ela atirar-se..., alguém pensou nisto?) ao curioso caso austríaco de certo senhor eletricista prender a própria filha por 24 anos, estuprá-la seguidamente a gerar sete filhos em incesto, criando os selecionados em “normalidade” e os outros, com a mãe, confinados em sótão ou porão, sem janelas.
Hábitos regionais, diria eu no caso austríaco; desvio de hábito no nosso caso paulistano.
A Áustria é sem dúvida lindo país porém gerou uma confusa profusão de homens assustadoramente mostrando a perversão humana, como nós a entendemos, ter por lá ancoradouro seguro. Do modesto técnico que sequestrou uma menina de 10 anos e a manteve em porão até esta escapar e contar o caso; e ele suicidar-se (o que mais poderia fazer?), ao formidavelmente hiper-perverso Josef F., cuja filha já em seus 40 anos apresenta-se como vítima em hospital numa emergência com um dos filhos teve com o pai, e ele, progenitor-estuprador, preso, diz “lamentar ter maltratado a família com este ‘evento’ ”.
E não esqueçamos da apoteose da perversão, A. Hitler, também austríaco. Ele fruto incestuoso do relacionamento do pai com uma sobrinha, com a qual casou. Repetindo, por sua vez, o feito pelo pai, ao relacionar-se com uma sobrinha, Fräulein Raubal, filha da sua meia-irmã. Esta jovem quando grávida do imbecil, comete suicídio. Ou foi morta pelo tio, em pânico, pois seguramente até instintivamente saber que relações incestuosas detonam certa problemática genética. E, paladino da pureza das raças, seria vergonhoso aparecer com o filho deficiente; ou com seis dedinhos... Comum o fato em grupos que menos se relacionam com o que chamam “estranhos” ou “estrangeiros”...
Conheci uma senhora em Santana (o bairro é tradicional no pensamento e certamente um tantinho perverso-conservador) a comentar com o filho mais velho, terminado o casamento de outra filha, lamentar o fato esta não haver “casado com um dos irmãos” e sim com o ‘estranho’; facilitaria tanto as coisas, pois o filho era rapaz tão preparado e saberia arrumar a vida dela, ficando tudo “em família”.
Hábitos obscuros, desejos estranhos.
Na biografia escrita por Werner Maser sobre Hitler, a questão incestuosa na região onde nasce o grande assassino é comentada como ser bastante comum. Casamentos entre primos, tios e sobrinhas, entre meio-irmãos e por aí vai. O estupro das adolescentes pelos próprios pais quase rotina naquelas épocas, espécie de forma de “adestramento” à dura vida que levariam a posteriori. Na verdade ainda levam, basta ler o jornal e o caso Josef F.
A mesma nação apresenta-nos o pai da psicanálise, Sigmund Freud. Quem sabe para tentar explicar o que se passa nas cabeças dos Josefs?