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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Boas notícias, precisamos delas.

Desde a confusão com as tarifas de ônibus e as obras farônicas superfaturadas para os estádios da copa de 2013, somos assolados por más notícias em terras tupiniquins.

Alguns se arrogam levar essa saraivada de péssimos enfoques à chegada de Cabral.

Talvez, e principalmente para os indígenas, não tenham sido boas notícias o aportar dos lusitanos.

Apesar de reeleita, a presidente não parece estar na sua melhor fase para contornar as questões, além de confrontar sem tato a corja de picaretas no Congresso, como os denominou seu antecessor. Pelo visto, o próprio também não muito distante de alguns exercícios de escancarada picaretagem...

O que seriam boas notícias para a nação?

Na minha ingenuidade proporia alguns tópicos, para melhorar. Mas como não sou especialista em nada, desconsiderem o tema, mormente aqueles sentir-se-ão ofendidos. Por sinal, prática nacional aguda por esse país, sentir-se ofendido ou indignar-se com o indignável.

a) Reforma política, de fato. O presidencialismo chauvinista latino-americano, seja de esquerda ou direita, poderia no Brasil, sua maior nação, passar a parlamentarismo nos moldes mais modernos. As figuras do "golpismo" e do antiquado autoritarismo presidencial seriam eliminadas. Remover um primeiro-ministro é mais simples, se não agrada à casa ou partido, assim expresso pelo povo.

b) Uma grande limpeza no funcionalismo público e seu gigantismo exacerbado. O poder público no país é imenso e péssimo na atuação, para o que se propõe. Quem a ele ascende, considera-se acima da lei, pela estabilidade. Judiciário à frente, com sua mega-lentidão e fabulosos salários, pensões e mordomias. Juízes deveriam ser eleitos entre experientes e atuantes advogados, a legislação toda simplificada.

c) Por fim simplificar a questão tributária brasileira, fácil de fazer. Um acerto entre estados sobre a divisão do ICMS à frente, melhorar impostos hoje inúteis, mas importantes, como o Imposto Territorial Rural com alíquotas justas e adequadas. E não irrelevantes e ínfimas. E, sim, uma CPMF, gorda, de 0,5%, mas eliminando a idiotice macaqueada dos americanos com o IR, autodeclarado e de baixíssima eficiência, no caso de pessoas físicas. Haveria aumento na renda, gastar-se ia mais (já incluindo o novo imposto) e a burocracia inútil, imensa, de milhões de declarações e tempo perdido nisso acabaria.

Quanto à Previdência, bastaria um depósito compulsório sobre pensões e aposentadorias do setor público, remunerado e a longo prazo, a equalizar um pouco a imensa distorção entre esses pagamentos. Pelo que entendo, a parte gorda da Previdência é paga aos aposentados do setor público. Poderiam contribuir com boas notícias, abdicando um pouco de suas polpudas rendas...

Porém tudo isso é fantasia. Nem o Congresso, nem a presidente têm qualquer interesse em ativar esses temas, por não serem de fato estadistas.

São funcionários públicos desinteressados. Como a grande maioria.

E se protegem mutuamente, são assim.

Não é uma estadista de grandes planos e ações. Burocrata de governo, desinteressada, sem passado político. Um avatar que não deu certo. Nunca dá.

Comentários (clique para comentar)

erica - 15/10/2015 (15:10)

Discordo quanto ao IR. Ele é necessário, só é mal estruturado e não se harmoniza bem com outros tributos. Em relação a previdência, as mudanças já estão ocorrendo, ainda que a passos bem lentos. Se continuasse como tava, a nossa crise previdenciária seria umas 500 vezes pior que a européia. Explicações pra depois, pouco espaço aqui.