Cartas
São muito raras cartas nos dias de e-mail, mas sabemos esse instrumento também não passar de "carta". Diante de tantos protestos contra a “maldade” da Internet, é inegável: ela nos faz ler mais, muito mais. E, curioso, escrever...
Isso é bom.
O advento da escrita e das cartas, dizem, é com os caracteres cuneiformes de séculos atrás, muitos. De qualquer sorte, ao lado da roda e do avião, de nossas melhoras invenções.
E o livro que recebo, Cartas Extraordinárias, organizado por Shaun Usher e tradução primorosa de Hildegard Feist, Companhia das Letras, 2015, a melhor coletânea de cartas, do mundo anglo-saxônico, se apresenta.
Da Rainha Elisabeth a Maria Stuart, de Charles Dickens para o Times, de Einstein para Roosevelt...
O foco, como toda escrita de peso no mundo de hoje, dado aos autores escrevem em inglês. Coisas da evolução, quem sabe no futuro será o mandarim...
Segue trecho para deleite.
Todavia anglicismos à parte, interessante carta de Fidel Castro, em inglês, também a Franklin Roosevelt, de 23 de novembro de 1940.
... Tenho doze anos de idade. Eu sou um menino mas eu penso muito. Mas não penso que escrevo ao presidente dos Estados Unidos.
Se desejar, dê-me uma nota de 10 dólares verde americana, na carta de resposta. Eu nunca vi uma nota de dólares verde americana e gostaria de ter uma. Meu endereço é:
Sr. Fidel Castro
Colegio de Dolores/ Santiago de Cuba/ Oriente/ Cuba...
O ego já era bem inflado, aos 12 anos, no face a face escrito com Roosevelt.