Pura diversão
Quando crianças estão chateadas ou entediadas, nós adultos fazemos um certo esforço e criamos o entretenimento. Meu pai nos contava histórias, deve ter ouvido quando pequeno em sua tão distante pátria.
E até recitava poesias cantadas, em baixo-alemão, sua língua materna. Que é espécie de ídiche, mais simplório.
Algumas passagens eram tão antigas, remetiam às épocas napoleônicas, como poema cantado sobre um pastor luterano e sua vaca, a contar que o imperador francês na batalha de Waterloo foi mordido de pulga, proveniente da vaca do Sr. Pastor.
Quase repente nordestino, com terminações de mesma entonação.
Adorávamos ouvir, imaginávamos as cenas descritas e ríamos.
E não por menos, nós os crescidos não desistimos de nos entreter, verdadeira indústria a mexer com bilhões de seres e dólares.
Em multiplicidade assustadora, seja cinema, teatro, livros, revistas, internet e, firme: a TV.
Não sou exceção, adoro tudo isso. Assim como um copo de Nescau com leite gelado remete à infância, assim o faz a televisão.
Porém com sabores hoje mais elaborados e múltiplos.
Por esses dias, em verdadeiro “bulk watching” (algo como “assistir no atacado”), acompanhei excelente seriado: Os Vikings.
Parte história, um pouco de dramaturgia shakesperiana, muito de diversão. Sem descambar para o pastelão.
Recomendo, produção novíssima de 2013 com atores não excelentes, porém divertidos. Caricaturais, sem exageros. E longe do eterno cowboyismo ou as repetitivas novelas nossas; e seus já enfadonhos beijos gays.
Trava à frente da telinha, gostei muito. E apreciamos propagar quando nos divertimos, somos assim.