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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Claro...

Trabalho em bairro de São Paulo, a cada escorraçada dos drogados da tal Crackolandia pelas polícias, esses mortos-vivos começam a zumbizar pelas imediações. E para compra da substância, precisam de materiais a vender.

Parte deles arrancam dos postes e com isso sempre temos questões de energia ou falta dela, interrupções na telefonia e hoje em dia cabal, a Internet.

Tão importante o último item, na sua ausência não trabalhamos, literalmente. Desenhos a enviar, mercadorias a comprar, bancos a negociar, correspondência a despachar e até impostos a recolher.

Para segurança, pedimos após verificar oferta, a certa empresa imensa um sistema 4G , de última geração, para escapar dos cabos. E fazer o uso por ondas de rádio.

Contratado o "pacote", pediram 10 dias para entrega e instalação (seria apenas uma caixa com um modem e antenas). Pediram nossos dados, assinamos papéis, fornecemos cópia do "contrato social da empresa" e, como dizem, vamos que vamos...

Após dez dias ousamos ligar a saber como andava a coisa.

Recebemos naquele momento a informação que, após análise, nossa proposta havia sido rejeitada por estarmos com "problemas financeiros" e a assinatura de um dos sócios, em sua carteira de identidade estar "ilegível". Porém " haviam cedido ao nosso apelo" (!), desconsiderado o "problema financeiro" e bastaria reiniciarmos todo o processo, porém com assinaturas "legíveis" nas cópias dos documentos...

A primeira parte era apenas mentira, pois a gigante nada analisa (jamais pagariam acesso ao sistema Serasa, por exemplo, para saber como anda nossa credibilidade financeira, saudável por sinal).

Já a segunda parte foi muito divertida:

"Assinatura ilegível"...

Como seria uma assinatura "legível ?", perguntei ao revendedor da empresa.

Legível, imagino eu, seja algo possível ler, mas assinaturas são apenas simbólicas marcas de identificação, riscos e rabiscos sem nexo, cuja única função é a repetibilidade, a comparar.

Fico pensando quem na grande empresa mexicana leu o nome do sócio na carteira de identidade brasileira e se propôs a identificar, se a assinatura continha algo fosse passível de verificação... ou se em algum momento ousou comparar os rabiscos em um contrato social, na parte assinaturas, com os rabiscos em uma carteira de identidade.

Bobagem, apenas esfarrapadas desculpas por não terem o produto para instalar e desespero do revendedor, ao ver sua comissão ir para o espaço.

Cancelamos o contrato, por descumprimento no prazo.

E daí surge a parte mais jocosa ainda.

Recebo raivosa ligação da revenda, informando que somos "levianos" e "pouco confiáveis", além dessa empresa solicitar à grande multinacional de telefonia, nos "descadastrar" para o futuro...

Inversão das regras, um novo modo de agressão marqueteira, não conhecia ainda.

Somos criativos, somos assim... infelizmente não entendi ainda a razão, o cliente não-atendido em nada e ainda levar um memorável esporro.

Anunciam o produto, que não existe disponível e os marqueteiros se propõem a culpar o cliente pelo problema...

Comentários (clique para comentar)

Dão - 19/05/2015 (10:05)

Que empresa era mesmo? Ahhh...agora ficou Claro.

Werner Ingo Zander - 08/05/2015 (11:05)

Até que ponto chegamos. Pior é que acontece em todas as áreas de prestação de service. Lamentável