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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Polarização

O Brasil raramente foi país de polarizações graves, excetuado no futebol. Corintianos e Palmeirenses porém somente se segregam ou tornam-se violentos em estádios ou imediações. No cômpito geral, felizmente, são minorias que assim agem, quase que depreciadas pela maioria dos torcedores.

Todavia surge algo novo pela nação, o ódio político. Com as primeiras vítimas, como o sujeito agredido ontem por militantes do partido de governo em suas camisas vermelhas, por ter ousado sugerir o impedimento da presidente.

Ou o tecnocrata ex-ministro da situação Guido Mantega, a quem vaiaram e chamaram de filho-da-puta, quando reconhecido em hospital de luxo da cidade.

Alguém ventila ser produto da doutrina do presidente anterior, a se denominar o mais ético dos éticos e o partido como isento de participação nos corriqueiros escândalos de corrupção brasileiros.

Entretanto o público leitor, e essa a grande vantagem das redes sociais, as pessoas retomaram o delicioso ato da leitura mesmo que em seus celulares, se apercebeu os grandes caciques relacionados às obras de governo e suas mutretas, ou maracutaias, foram nomeações do e da presidente a pedido de seu partido ou coligados.

E surge a contra-polarização, a rejeição à esquerda socialmente ativa, do povo para o povo.

Misteriosa, pois de fato a situação da população então eleitora em massa do atual governo, melhorou e muito.

Cito caso na empresa onde trabalho, um rapaz do interior da Bahia nos anos 90 vem a São Paulo e contratado pelo Jóquei Clube como auxiliar de estrebaria, recebe o salário mínimo da época, 70 dólares. Com desconto de morada e refeições.

Hoje como caldeireiro meio-oficial por aqui faz em torno de US$ 1.000, além do seguro médico, vale refeição, vale transporte (mas usa o próprio carro, novo) e vale cesta-básica.

Estima-se que a cada 10 anos o poder de compra do dólar perca 50%, ou seja: a cada 10 anos há certa inflação em dólares de 100%. Portanto os 70 dólares de salário mínimo médio nos tempos do presidente tucano, seriam hoje 280 dólares, 790 reais...

Nos anos do atual governo porém poucos recebem o mínimo, como esse hoje senhor aqui trabalha, com os adicionais benefícios.

Nem a atual presidente, assim como o antecessor, verificaram as conseqüências da aliança com a bandidagem política, a Realpolitik tupiniquim, traria a polarização. Imaginaram apenas o projeto de manutenção do poder, a consagrar os companheiros de partido.

Os interesses maiores, dos políticos ligados às estatais e as empreiteiras porém foram dominantes. Criou-se a rejeição quando a população percebeu os desvios e principalmente a corrupção em níveis inimagináveis.

E a eterna proteção e isenção aos políticos, como agora no escândalo da petroleira estatal ou do pagamento de propinas para deputados no caso anterior, onde todos os políticos já estão soltos ou muito bem tratados, disfarçando-se como prisão domiciliar ou liberdade vigiada, enfim o povo cansou disso.

Certo dia o caldo entorna, é dos humanos, somos assim.

Rapidamente retirada essa foto da maioria dos sites de mídia, para não desestimular a propaganda oficial nos veiculos de comunicação.

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