Foto do Hermógenes

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

O coronel Sabino é contestado de alto e bom som.

Por Osires Rezende, de Ipiaú, Bahia.

Dia desses recebi uma mensagem eletrônica, uma foto ilustrando a justiça tribal na África, se não me engano em Angola, uma lapa dum negão, troncudo e mais alto do que eu, e eu sei que o meu amigo o neto do coronel Sabino vai implicar pondo em dúvida minha macheza, mas tenho que registrar que o sacana era bem servido, dotado, não sei como dizer, pois caminhava nu com um bingão à mostra e carregando um utensílio doméstico na cabeça, dando a entender que era produto de um roubo, pois os anciões da aldeia fustigavam-lhes as partes pudendas com rijas varas.

Tomei-me de triste indignação, a condição humana sendo aviltada seja onde for é sempre constrangedor, mas arreparando bem a fotografia notei a meninada rindo-se aprovadoramente e aí considerei que estava sendo um tanto arrogante, julgando milenares costumes alheios e ainda fiz uma contraditória e relativa transposição; até que não seria de todo mal importarmos este costume dos nossos irmãos angolanos e antes dos ladrões do dinheiro público, bandidos políticos de qualquer partido, serem trancafiados na Papuda, desfilariam nus pela Praça dos Três Poderes, sendo vergastados por quem se dispusesse a lhes exemplar, desconfio que não iriam faltar voluntários.

Mas tudo isto vem a propósito de um caso assucedido com o indômito coronel Sabino, da não menos indômita Pedra Branca, e não venham com frescuras pondo a culpa no latifúndio explorador, pois agora já temos elementos para ponderarmos que o tal costume era uma herança milenar transposta pela justiça popular de Ninive, Ur, Babilonia ou do raio que o parta, pelas naus colonizadoras para os nossos sertões nordestinos.

O caso é que os ladrões de bodes e galinhas quando pegos na antiga Pedra Branca eram justiçados da seguinte maneira; iam de casa em casa o cabo, dois ou três praças e uma malta sem o que fazer.

- Quantas galinhas esse safado lhe roubou cumade Mariinha?

- Três seu Cabo.

Os praças aplicavam três panadas de facão rabo-de-galo, o pobre diabo suava, peidava e se mijava todo.

- Quantas galinhas esse cabra lhe furtou seu Ludugero ?

- Um galo, seis galinhas e dois capados.

- Dez panadas bem forte Pezão.

Certa feita um amarelim digno de todos os compadecimentos ia cumprindo aquela via sacra e o coronel Sabino achegou-se do alto do seu alazão.

- Cabo Argemiro! Pedra Branca precisa se modernizar, estas perversidades antiquadas atentam contra a dignidade da pessoa humana, corta logo a cabeça e dê um bom fim a este nosso semelhante.

Aí aconteceu o nunca visto ou ouvido antes de um subalterno para com o coronel Sabino, o amarelim encheu-se de brios e bradou.

- ALTO LÁ CORONEL! COM TODO RESPEITO! O SENHOR BEM SABE QUE EU TENHO O MAIOR APREÇO PELA VOSSA BONDADE E SABEDORIA, MAS NÃO SE META NESTE CASO. O SISTEMA ANTIGO ESTÁ MUITO BOM.

A violência contra o homem africano, negro ou branco é histórica. Até os dias de hoje. Sua reação: violência. Negros são os criminosos em maior número, até pelas Américas.

Comentários (clique para comentar)

Izabel Delmondes - 20/02/2015 (17:02)

Adoro o sistema antigo também, já pensou essa corja de políticos safados, de todos os partidos, passando pelas tesourarias das estatais, dos fundos de pensão, do BNDES, da CEF, do BB… será que aguentariam os bilhões d chibatadas? rsrsrsrsrsrsrs