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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Ingrid Bergman foi parar na Unifesp...

Leio aqui sobre o protesto dos estudantes da Universidade Federal de São Paulo contra seu reitor, um tal Fagundes Neto, que fez bom uso do seu cartão de crédito corporativo. Em causa própria, claro, gastando uns tantos reais em despesas pessoais, por volta de 12.000 paus.

Pediu desculpas e informou “não sabia não poder fazer uso do cartão para coisas privadas”. Não deve constar no Manual do Bom Reitor. E por isto é reitor, alavancado no seu desconhecimento de assuntos triviais como estes, estando acima destas mundanas coisas.

Na verdade, poucos hoje se dão ao luxo de negar as safadezas, como faziam os políticos do passado. Admitem, pedem desculpas e sabem que não vai dar em nada mesmo. Ou, como o chefão molusco, alegam que “não sabiam”...

A ministra das questões raciais pediu a conta. E mais nada ocorreu, saiu chamuscada, porém sem danos maiores. Gastou uns troquinhos em dutifrichópi, não sabia que não podia.

O reitor Timothy Mulholland da Universidade de Brasília pediu a conta, depois que não soube como justificar algo em torno de 400.000 reais gastos com a decoração de seu apartamento funcional. Sem problemas, porém. Não irá preso, nem devolverá a grana. Nestas latitudes não condenamos, sempre toleramos. Os estudantes que forçaram a sua demissão já desocuparam o local de protestos...

Mas, pai de estudantes, um pouco envergonhadamente em universidades públicas e gratuitas, olhei com mais parcimonia os rostos dos jovens e das jovens do alegre protesto contra o safadão aqui em Sumpa, o tal “não sabia”, segundo ele mesmo.

Em bela foto de Jonne Roriz da Agência Estado.

Ao lado, observem.

E verifiquem também que em meio aos estudantes, quem vejo? Ingrid Bergman, in persona. A atriz furtou-se para o meio estudantil, a pedir a saída do Fagundes e seu cartãozinho mágico, o qual paga despesas no exterior. Pequenos mimos...

Estaria esta reencarnação da bela atriz sueca nos fazendo repensar que ainda há esperanças? Que os Fagundes, Mulhollands e toda corja a se banhar com as benesses do dinheiro de impostos, de que se apropriam sem cerimônia, vai mesmo para o desterro moral, forçados pelos jovens, ainda , digamos, isentos dessa mutretaria geral na qual se transformou a administração pública da Nação?

Um conhecido, que assessora na imprensa empresas e políticos, no início da atual administração petista em 2004, me afirmou, sério:

“ Corrupção como agora começou jamais vi!”.

Achei deslavado exagero, porém quando pousou o Aerolula, novinho, e os fiscais do trabalho por aqui aportaram, ávidos por caixinhas e ameaçando devassas depois de muito tempo de pausa, dei razão ao homem. Basta ver a greve dos funcionários da receita federal, com seu piso salarial por volta de 10.000 reais... e chiando, chorando injustiças;

Como agora nunca foi... e piorando.

À direita neo-Ingrid Bergman, endossando a saída por sem-vergonhice do reitor da universidade federal.

O detalhe ajuda. As musas que apontam aos corruptos reitores o caminho da saída. Ainda bem que as há.

A semelhança com a grande atriz sueca é curiosa.

Bem jovenzinha e depois a famosa atriz.

Na parceiria com Humphrey Bogart, em Casablanca, por muitos cinéfilos tido como o marco filme-de-todos-os-filmes.

Comentários (clique para comentar)

Hermó - 29/04/2008 (09:04)

Ainda bem que as há, as Ingrid Bergman combativas...

Tânia Escobar - 28/04/2008 (21:04)

De fato ela é linda, inteligente,sabe o que quer e luta pelos seus direitos desde pequena,não se preocupa com o que vão dizer, principalmente qdo tem noção de que esta fazendo o certo.Acredito que é herança de seus avós( Cleide e Mário Escobar).È uma menina muito doce,linda por fora e por dentro, talvez seja a futura Ingrid.

Hermó - 24/04/2008 (08:04)

Sim é a amiga da minha filha, nas barricadas contra os usurpadores do poder. O curioso do filme Casablanca é que nos anos 80 um brincalhão redator de escriptes em Hollywood reescreveu o troço, apenas mudando os nomes dos personagens e ofereceu aos estúdios. Ninguém quis, disseram que a história é chata, não tem movimento, o tema é meio estúpido, etc. A cena onde Bogie pede ao pianista que toque outra vez a música é talvez a mais cinema do cinema. "You must remember this, a kiss is still a kiss, a sigh is just a sigh..."

B. Picchi - 23/04/2008 (23:04)

Ah, já vi esse filme...

Cornelia - 23/04/2008 (18:04)

Me diga, mancebo, não é a amiga da sua filha Luiza? Belíssssssima!!!

Thomas - 19/04/2008 (13:04)

Cheers!

JORGE DOS SANTOS - 18/04/2008 (19:04)

Há um ponto comum entre o Santo e aqui o Santos: eu também tomo não duas, mas várias poções (ou serão porções?) de uma mistura (ou será melhor blended?) com a idade mínima de 12 anos e procuro manter-me firme e vivo. Claro, depois de algumas delas não converto mais ninguém, muito menos uma mulher importante como a esposa de um imperador. Ainda se fosse a D.Marisa, a Muda, esposa do reizinho... Nós, os Jorges, somos assim.

Hermógenes - 18/04/2008 (14:04)

Saint George´s Day...São Jorge nasceu na Capadócia no ano de 280. No final do século III, o cristão Jorge trocou a Capadócia, na Turquia, pela Palestina, vindo a ingressar no exército de Diocleciano. Jorge logo se destacou, sendo elevado a conde e depois a tribuno militar. Tudo ia bem, até que as perseguições aos seguidores de Cristo reiniciaram. O rapaz não quis negar sua fé, fazendo com que Diocleciano se sentisse traído. O imperador, então, condenou-o às mais terríveis torturas. E Jorge consegiu vencer a todas elas. Suportando uma dor atrás da outra, o filho da Capadócia suportou as lanças dos soldados, permaneceu firme sob o peso de uma imensa pedra, obteve a cicatrização imediata das navalhadas que recebeu e resistiu ao calor de uma fornalha de cal. A cada vitória sobre as torturas, Jorge ia convertendo mais e mais soldados. O imperador, contrariado, chamou um mago para acabar com a força de Jorge. O santo tomou duas poções e, mesmo assim, manteve-se firme e vivo. O feiticeiro juntou-se à lista dos convertidos, assim como a própria esposa do imperador. Estas duas últimas "traições" levaram Diocleciano a mandar degolar o ex-soldado em 23 de abril de 303. Conta-se ainda que o bravo militar matou um dragão para salvar a filha do rei de Selena e todos os habitantes desta cidade Líbia. Lenda ou realidade, o fato é que São Jorge nos lembra que todos nós temos algum desafio a vencer nesta vida, seja o nosso orgulho, o nosso egoísmo ou mesmo problemas que nos afetam no dia-a-dia. Como ele, devemos permanecer fortes e corajosos, independentes dos desafios que a vida nos traga. Assim, como Jorge, havemos de vencer.

JORGE DOS SANTOS - 18/04/2008 (13:04)

Ué, porque duas vezes se só dei um clique (acho)..Favor eliminar um dos comentários. Já sei! Carioca é exagerado ou burro.

JORGE DOS SANTOS - 18/04/2008 (13:04)

Enquanto isso,, aqui no Rio, nossas “honestas, competentes e trabalhadoras” otoridades, resolveram pôr um fim no mosquito da dengue. Quarta-feira, dia 23/04, é dia de São Jorge (feriado, claro) e será rezada uma missa na sua igreja pedindo a morte incondicional de todos os aedes aegypti do Rio de Janeiro, quiçá do país. Se vocês têm algo que vos aflige, recorram as nossas otoridades. Com o fim do problema, as centenas de luxuosas cadeiras do papai em legítimo couro, as centenas de novos aparelhos de ar condicionado e até mesmo as tendas, tudo adquirido com óbvios preços superfaturados para ministrar soro aos infectados, desaparecerão misteriosamente para nunca mais aparecerem. Em 2009 compraremos tudo novamente porque estamos um país rico. Somos assim.