Como na Coréia
Por Heródoto Barbeiro
Os primeiros países a passarem pelo processo de industrialização no século 19 não tinham bons índices de educação. Ele foi bancado pela acumulação de capital no período comercial. Educação não era essencial nesta primeira fase do industrialismo. Nas etapas posteriores do desenvolvimento do capitalismo o conhecimento, a ciência e tecnologia foram se tornando fatores decisivos tanto no avanço econômico como no diferencial competitivo. Alguns países entenderam isso e desenvolveram políticas de Estado para a educação e se deram bem. A Coréia do Sul é um desses exemplos. Para se chegar a um nível de competitividade e desenvolvimento é preciso ter uma educação de primeira. Contudo é bom lembrar que aprimoramento do processo educacional não se consegue em pouco tempo. Leva décadas e muitas vezes gerações. Por isso tem que ser uma política de Estado e não de governo.
O mundo contemporâneo mostra que não é possível pular etapas no aprimoramento educacional. O Brasil gasta 5,6% do PIB em educação. Isto é mais do que a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. Há uma proposta de se investir 10% do PIB em educação. Mas isso necessariamente vai melhorar a educação no país ? Há controvérsias. Como são gastos os bilhões aplicados na educação ? Certamente não vão para o pagamento dos salários dos professores. Isto é uma das razões que fez da profissão, não uma escolha, mas uma exclusão. Ou seja na falta de outra atividade abraça-se o magistério. Ao invés de salários os professores recebem um ticket para o futuro. Depois de 25 anos, mulher, e 30 anos, homem, se aposentam. Com isso vivem mais tempo como aposentados do que como professores.
O debate é que alguns defendem que com mais dinheiro a educação vai melhorar e atingir a níveis do primeiro mundo. Há os que entendem que aumentar os gastos não resolve, ao invés disso aumenta o desperdício e a corrupção. Os primeiros dizem que se olhado o gasto em dólar por aluno escola, o investimento do Brasil ainda é baixo se comparado com os países da OCDE. Contudo esses países são duas ou três vezes mais ricos que o Brasil. Ele já gasta mais do que o Reino Unido, Suiça, Estados Unidos e Japão, e por isso está em décimo sétimo entre os que mais investem. No entanto no índice internacional que mede a performance dos estudantes está em 53* lugar. Há outras propostas de como melhorar a educação no Brasil, para isso é preciso abrir um amplo debate que envolva, pais, alunos, professores, diretores e líderes comunitários. E os políticos, é claro.