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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

A Filha Única!

Por Andi Rubinstein, de São Paulo.

Há muitos anos atrás, eu nasci na Paraíba.
Eu era filha única.

A vida era tranquila, sem internet, nem celular
Eu saía de manhã e voltava para almoçar
Eu era filha única

Às vezes acontecia alguma coisa espetacular
Balas de revólver voando, em Recife fomos morar
Eu era filha única

Quando vim para São Paulo, não podia imaginar
Que para João Pessoa só na lua de mel eu iria voltar

Os filhos logo nasceram, a vida mudou de fato
Eu era filha única e viramos logo quatro

A vida era corrida: cozinhar, lavar, ninar
Montanhas de fraldas de pano que no sol precisavam quarar

Quanto mais o tempo passava, eu via que a coisa ia longe
Quando os netos chegaram nos transformamos em onze

Aí era uma folia, ter netos é uma maravilha
Eu nem acreditava como era grande a minha família

O tempo passou depressa, os netos estudaram e casaram
E como era de se esperar, a família, eles aumentaram

Cada bisneto que chegava era uma flor que me encantava

E o que dizer que agora, 89 anos depois
Eu era filha única e hoje somos 22!

Deixo aqui só um recado, para os meus netos mais novos:
Hoje somos 22, mas quem sabe quantos no ano que vem e nos outros mais além?

A mãe, a avó e bisavó: Revecca Malay Mendes Bitelman

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