Baía da Decepção
Em 1823 o tenente John Oxley batizou assim a baía havia descoberto (hoje bairro de Brisbane na Austrália), por pensar ser foz de rio e adiante verificar não ser. O nome se manteve, Deception Bay.
O caso da nossa Rio de Janeiro é similar. Descoberta a linda baía em janeiro de 1520, imaginando-se delta de algum grande rio, o nome também ficou. Não havia o grande rio. Talvez Baía da Decepção fosse mais adequado, nesse peculiar caso, pois apesar de muito lindo o Rio, como cidade-instituição sempre acaba decepcionando um tantinho...
Mas nem só os acidentes geográficos, inocentes, pecam pelo fato. Hoje lendo a entrevista do José Dirceu, deu-me vontade continuar a editar meu livrinho Vocal Vazio, 2003, Littera Editores (acha-se em sebos...).
O apanhado de bobagens expeliu aquele pensava eu inteligente guerrilheiro, decepcionou um tanto. E teria bom espaço naquele escrito meu, somatório de pérolas dessa grandeza colhidas em jornais.
Quem editou pelo grande jornal paulistano, aparentemente também frustrou-se com o político, e deu destaque às abobrinhas. O uso dos chavões peteiros com achados do naipe “fico indignado...”, “vou continuar sempre sendo...” e a coroação imbecilóide: “Minha natureza é política...”.
Tenha a santa...
Cá para mim, o nosso maior metalúrgico (por sinal recomendo assistir Mimi o metalúrgico, 1972, da Lina Wertmüller com o Giancarlo Gianinni), quando içado ao tal “pudê” não gostou muito dos companheiros se apressarem em mostrar ele era rainha inglêsa, os demais poderosos primeiros-ministros. Queimou a todos, palacianamente, cabra safado da peste.
Não brinquem com ele. Existe o político e o diretor de sindicato, individualmente boçais. Mas ambos juntos, terrível, ninguém controla.
E o Dirceu, sonhador da guerrilha, treinado em Cuba, clandestino, mulherengo, um Che Guevara caipira, dançou. E lhe faltou o cash para João Santana dar uma ajudazinha, paga of course. Dizem esse cabra cobra até para dar bom dia... Pois se tivesse sido Dirceu mais esperto e puxa-saco, hoje seria o nosso Maduro.
Acredito porém que Uncle Loolah, sempre bonzinho, vai solicitar ajeitarem a prisão de Tremembé para máximo conforto, penso os anos aguardou o julgamento serão descontados, tem a perigosa bonitona Richthofen por lá, etc. etc. etc.
Já o Marcos Valério e a eterna máxima a-culpa-sempre-ser-do-mordomo, com sua mega-pena, se de fato mandarem prender, sugiro sumir. Exilar-se com outro nome no Paraguai, segurança garantida.
O dinheiro talvez tenha guardado, divorciado (no papel!). É bem melhor a mofar em prisão mineira por 5 ou 6 anos.
Mundo nojento, mas somos assim.