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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Marketing

Fiquei imaginando o interesse tem as "escapadinhas" da presidente da república, a ser tal destaque em grande jornal brasileiro. A rigor nenhum, excetuada a fofocagem a dita ser pessoa normal, cansada dos holofotes e acompanhamentos de alguém o tempo todo, todo o tempo.

Claro, mais adiante, acendeu-me um imenso candelabro.

Marketing político, alguém em "reportagem", colocando Dona Menina como "humana, simpática, popular, correta, gente como a gente". Vale confiar novamente, ahá! Alguém, excluídas as escapadelas justificáveis e inocentes, absolutamente digna da posição e recondução.

E mais, com insistentes artigos sobre os médicos cubanos. Apesar de ir contra a reserva de mercado médicos se outorgam mundo afora (basta um médico brasileiro tentar validar seu exame em países com medicina um pouco adiante da nossa), ninguém de bom senso diria ser contra os cubanos (e talvez entre eles os brasileiros lá estudaram) ajudarem em Cacolé ou Nova Iorque (a do Piauí, me parece existe).

Chegamos na idade do marketing total, tudo é digno disso.

Por esses dias criatura das mais próximas se foi, velhinha. Após complexo procedimento em hospital paulistano, a natureza se mostrou implacável.

E no transtorno da dor pela passagem, furiosamente alguns dias após tocam a campainha.

E surge o motoqueiro solene, de flores e carta, com texto nem o soturno João Santana faria melhor. Do hospital a mensagem de conforto.

Não soube eu classificar aquilo, naquele momento. Porém adiante percebi a estratégia. O marketing atenuante, em remota hipótese, a não culpar hospital e equipe médica por ventiladas falhas de procedimento. Comum acredito, injustas às vezes, por conta do inconformismo pela perda.

Na verdadeira correção política clintoniana, me parece o criador da metodologia de marketing onipresente.

Alguns se arrojam ao sistema, a ponto tornar-se quase cômico, sem saber manusear.

Na empresica onde trabalho, área vizinha será transformada nesses novos cortiços de gaveta próximos de estação do metrô. Apartamentos microscópicos, populares, 1 vaga na garagem, mal-acabados. A nova tendência.

Por trás monstros empreiteiros. Mas conscientes do marketing, assediam as áreas no entorno para futura compra.

Porém de forma tão primitiva, variando entre a ameaça pura ou charme de Joseph Goebbels, o diretor da empresa não se conteve com um dos assediantes e detonou:

"Campeão, não sou seu cliente, não sou seu funcionário. Sou apenas o vizinho. Guarde seu marketing e ameaças para clientes e fornecedores, nessa ordem. Não sou nenhum e nem o outro".

Observamos como o jovem caiu em si, percebeu a ridícula situação e se recolheu.

Às vezes notamos a manipulação. Basta ver quando a população confrontou-se com o tamanho dos estádios e os ciclópicos valores gastos, muito em pura corrupção. Foi a gota.

Mas já esquecemos o assunto graças ao ultramega-estonteante marketing do governo de olho na reeleição. Somos assim.

Deve ser o teclado dos marqueteiros...

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