Minha sobrinha ninfomaníaca
Por Galindo Luma, de Salvador.
Osvaldo era como irmão. Nascemos no mesmo dia e ano; estudamos na mesma escola, sua mãe, minha madrinha, e a minha, a dele. Trabalhávamos na mesma empresa. Mineiro, torcedor do Galo, assim como eu, veio morar em Salvador. Teve uma filha no mesmo ano e as duas ficaram amigas-irmãs - estudaram juntas.
Em determinado momento aconteceu o imprevisto. Fora convocado pela diretoria - com função e salários bem maiores - para gerência em Bacabal, no interior do Maranhão. Ele estava convicto em aceitar o desafio e achava no máximo em três anos estaria de volta. O problema: a filha de 17 anos fazia cursinho pré-vestibular e não queria vê-la morando em lugar tão distante dos centros urbanos porque gostaria de realizar o sonho de ter filha médica. Disse a ele: - rapaz, você, meu irmão camarada, pode contar comigo. Moramos num apartamento de três quartos somente eu e minha filha e seria bom mesmo que elas vivessem juntas. Conte comigo. - Ok, Galo, sabia que poderia. Fique tranquilo que mandarei os valores das despesas. E se foi com a esposa, tristes pela ausência momentânea da filha que tanto amavam.
Passado um ano de convivência sadia e harmônica, fui percebendo Marina estava namorando muito, mas muito, de um jeito diferente. Todos nós já ouvimos falar em ninfomaníacas, mas conhecer uma de perto e conviver com ela no dia a dia é caso raro - e eu passei por essa fantástica experiência, tentando apoiar e ajudar a menina no que estivesse ao meu alcance.
Vou fazer um intervalo para uma breve reflexão. As mulheres sempre foram e ainda são vítimas de discriminação por parte dos homens. A história delas é recheada de perversidades cometidas em nome do moralismo religioso. Os seguidores de Jesus Cristo durante dois mil anos castigaram com requintes de crueldade o sexo feminino, deixando uma dívida que nunca será reparada. Mulheres incendiadas, torturadas, espancadas, tudo isso era praticado em obediência a uma seita obscurantista promotora de coisas escabrosas para “combater o pecado”.
Essa interrupção é para alertá-los de que ninfomaníaca, termo usado comumente, é uma pessoa normal, sadia. A mulher, como os homens, tem o direito de transar com tantos e quantos quiserem e isso não representa nenhum tipo de anomalia. A cultura machista-cristã criou estereótipos para desqualificar a mulher que gosta e pratica o sexo. Elas são rotuladas de piranhas, galinhas, cadelas etc, inclusive por outras mulheres pudicas, provavelmente invejosas do prazer sexual que não devem dispor. Se é inaceitável essas referências vindas dos homens, da parte de outras mulheres chega a ser deprimente – estas estão ainda impregnadas da cultura machista-cristã, infelizmente. A propósito, alguns dizem que ninfomaníaca é a pessoa que faz mais sexo do que você.
E assim fomos levando a vida até surgir uma descoberta desagradável. O dinheiro que o pai mandava para a menina pagar o cursinho não ia para o caixa da escola. Ela simplesmente não freqüentava - só saía do apartamento de manhã para me enganar, pois assim que me dirigia ao trabalho, ela trazia seus parceiros para o quarto. E não comentei nada sobre isso, mas era difícil aceitar o fato de o pai se esforçar mandar a grana dos estudos e a filha só querer saber de sexo. E assim, a menina que se satisfazia com um homem por dia, passou a achar que tinha que agarrar três diariamente. Nesse novo formato, ela nem forjava mais que estudava. Logo pela manhã ela ligava o computador e entrava nas salas de bate-papo. Em menos de uma hora chegava um macho na porta do prédio. O cara subia, ela se satisfazia, mandava a criatura embora e imediatamente ia em busca de outros. Me confessou nessa modalidade transou com seis no mesmo dia. Eu, avançado e liberal sou, não podia identificar aquilo como uma disfunção. Achava que se era assim se divertia, porque criar obstáculos? Se as mulheres do passado tiveram o prazer sexual bloqueado pelo machismo-cristão, as de agora deveriam aproveitar o máximo possível.
Fato curioso que ela não estava nem aí para o tipo do homem que levava pra cama. Perguntei: - querida, como você escolhe os homens que traz aqui? - Eu não escolho, meu tio, o primeiro que encontro na sala de bate-papo eu convido. Se ele aceitar, vai tomar uma surra de boceta na hora. E você não se importa com idade, classe social, formação escolar? - Eu cago presses detalhes, meu tio, mesmo porque boceta não distingue essas coisas. Eu gosto é de pica, pica, é pica que me satisfaz, entende?. A pica pode estar no corpo de um velho de 100 anos ou num menino de 13. Basta ter pica – ela subindo - eu tou fudeno. - E mais nenhuma exigência? - Eu só quero que a pica fique dura pelo menos uns cinco minutos dentro de minha boceta. É o tempo que preciso para gozar. Nem olho para a cara deles. Se é barrigudo, careca, magrelo, não quero saber nada disso. Meu negócio, meu tio, é pica para dentro.
Gostava da sinceridade e objetividade daquela menina danada.
Uma vez o pai dela liga e pergunta? E aí, Galo, tudo bem? - Tudo ótimo. - Minha filha está estudando muito? - Está dando muito. - Como? - O que você entendeu? - Que ela está dando muito. - Foi falha na ligação amigo, ela está estudando muito. A menina que dava muito e estudava nada, na verdade merecia ser estudada. Ela me disse certa vez, que quando frequentava o cursinho abandonara porque reduzia seu tempo de sexo, que trepara com os 49 meninos de uma sala de 50 e com os oito professores. E falava isso na maior naturalidade do mundo. E rindo bem alto concluiu: - o único que não levei para cama é um veadinho que disputava os colegas comigo.
O síndico do prédio, que toda semana me aparecia com uma queixa diferente, o vi no carro estacionado próximo ao Farol da Barra ao fazer minha caminhada no final da tarde. Quando confiro direito, olhe lá minha sobrinha ao lado dele, já apalpando suas partes. Depois disso ele não mais apareceu para me cobrar nada. Isso foi uma boa jogada dela, que desde então passara a traçar os meninos no terraço do edifício.
Estávamos no Shopping Barra em Salvador tomando um chope e jantando, eu, minha filha e ela, que disse ter um relato a fazer. "Lá vem coisa" pensei. - Tio, essa semana conheci um marinheiro e como não poderia deixar de ser, eu comi o cara. Mas o melhor de tudo veio depois. Ele me convidou para que eu fosse a um navio no porto, na madrugada. Eu entrei no carro dele no bagageiro. Lá, ele me levou prum local onde tinham 20 colegas e um aniversariava. Eles me colocaram numa mesa que tinha um bolo enorme e um espaço reservado para um corpo. E foram um a um comendo pedações do bolo até acabar e depois desse ritual fizeram a fila e cada qual foi me comendo de um jeito diferente, enquanto os demais assistiam e riam. Enquanto assistiam e riam eu gozava sem parar. Foi a melhor noite da minha vida. Foram 20 picas seguidas e algumas mais assanhadas entraram na fila de novo. Fiquei um tanto perplexo ao ouvir aquilo, mas não se podia esperar coisa diferente vinda daquela menina diferente.
Um dos dissabores que tive nessa convivência com minha "ninfo-sobrinha" foi num carnaval. No reinado de Momo era alegria ao extremo para ela, que ia e voltava do circuito várias vezes e trazia pra casa guardador de carro, cordeiro, vendedor de queijo coalho, catador de lata e tudo que aparecesse na frente. Numa terça a noite meu celular toca: - Meu tio, estou presa. - Presa onde, querida? Numa delegacia aqui na Sabino Silva, Ondina. - Estou indo. Quando lá chego, estava detida numa cela ao lado de um gari que estava apenas de cueca e sapatos. - O que aconteceu? perguntei ao delegado. - Eles estão presos por atentado ao pudor. Foram vistos fazendo sexo dentro de um sanitário químico do Porto da Barra. Paguei uma fiança de R$900 e os tirei de lá. Neste mesmo carnaval ela disse ter transado com cinco franceses ao mesmo tempo num hotel da Oceânica e que passara a maior decepção na vida quando foi com 10 Filhos de Gandhi para um motel na Calçada, onde descobriu serem todos bichas.
Engravidou. Fiz uma conversa franca, dizendo que isso acontece e sugeri fazer aborto, procedimento que Marina já havia concordado comigo. - Mas filha minha é mulher de respeito, é de família, é católica, respeita Jesus, e não fará aborto. - Então, tudo bem, Osvaldo. Deixemos a menina parir. - Ela vai embora comigo. - Fale com ela. - Filha, você vai ter o bebê, que é uma Graça de Deus, um presente de Jesus. E irás comigo para o Maranhão. - Papai, parir, tudo bem, mas eu preciso concluir o cursinho para fazer o vestibular. Você não quer uma médica na família? - Está bom meu amorzinho, meu anjo, fique com Deus, que Deus a ama, e vai oferecer uma vida de prosperidade, retribuindo seu esforço. - Mais uma pergunta, meu anjo, quem é o pai da criança? - É filho de um fazendeiro em Barreiras. Ele topa casamento? - Claro, a família dele já sabe tudo. - Então, está tudo bem. Volto para o casamento.
E assim concluímos. O papaizão retornou e a menina grávida ficou comigo. - Menina, que história é essa de que o pai é filho de fazendeiro? De onde tirou isso? - Foi com ele que me lembro de a camisinha ter estourado, um cara desmarcado. - E que história é essa de casamento? - Isso eu inventei na hora. - Pois então nós vamos entrar em contato com esse rapaz pra ele assumir o filho. - Vamos, vou ligar pra ele. Mas meu tio, queria lhe dizer uma coisa: o problema de ter esse filho, é que não sei se suportarei ficar tanto tempo sem trepar. Na hora que esse infeliz sair de dentro de mim, imediatamente eu quero uma pica entrando. É saindo um e entrando outro meu tio. - Calma querida.
Quero confessar aqui que não tinha segurança alguma na segurança dela no nome do pai. Mas liguei pro rapaz e marcamos o bate-papo. - Ele se lembrou que a camisinha tinha estourado e estranhamente aceitou a paternidade do anjinho que viria ao mundo. E assim, eu e ela fomos à casa da família no bairro da Pituba, onde foi feita uma conversa civilizada e acertamos o casamento, que ela não queria, mas se subordinaria aos interesses do pai. Ela ficou morando comigo até o oitavo mês de gravidez sem ter deixado em momento algum de transar com homens que ela procurava na internet. Ela dizia que sentia mais prazer ainda em trepar grávida. E numa bela festa promovida por meu amigo Osvaldo e os familiares do rapaz foi selado o casamento.
Os pais deram um apartamento para o casal no Rio Vermelho, mas ela não saía lá de casa e a criança sempre com a sogra. A mãe do rapaz, uma senhora de 40 anos, via aquilo tudo meio desconfiada e quando a criança completou um ano, ela bateu pé firme que queria fazer exame de DNA, tendo brigado com o filho e o marido nessa batalha pelo esclarecimento pleno da paternidade daquela criança, que eles aprenderam a amar e que já estavam criando, pois a mãe pouco se importava com o menino e muito menos com o marido. E o resultado era o previsto: não bateu. Quando o esposo veio falar com ela que queria a separação ela comemorou. E uma surpresa: a avó disse que mesmo com o resultado do exame ela queria a guarda da criança. E ela comemorou de novo, pois nunca teve amor por ela, que tanto atrapalhara suas diversões sexuais. Assim, fizemos uma separação amigável e a criança até hoje mora com uma família que teve o azar de o filho ter conhecido uma ninfomaníaca sem juízo. Eu pergunto: uma pessoa que trepa num sanitário químico de carnaval pode ter juízo?
Marina conheceu um italiano num reveillon da Praia do forte. Ele se encantou com ela e na mesma noite a pediu em casamento. Ela foi embora pra Europa onde passou cinco anos e voltou ao Brasil. Perguntei a ela: - Querida, até hoje não entendo porque aceitou aquele pedido de casamento. - Poxa meu tio, já estava enjoada de pica tupiniquim. Queria conhecer as européias e deu tudo certo. Até africanas e asiáticas eu contactei por lá. Hoje posso dizer orgulhosa que contabilizo picas de 25 nacionalidades que aqui penetraram - disse apontando para região abaixo do umbigo. - E o marido? - Eu larguei aquele corno com seis meses e passei a viajar pelo velho continente em busca de prazer. E consegui.
Eu sei que você leitor, ou pelo menos uma parte de vocês, estava a imaginar que nessa longa arenga, em algum momento, eu iria ter relações sexuais com a filha de meu amigo. Engano seu. Não foi por falta de oportunidade.
É que não gosto muito de mulher feia.
( Galindo Luma é vendedor de revista pornográfica para alunos de escola pública.)