Parientes? No, gracias!
Adolf Hitler, lamento citar, fez questão psicótica de suprimir qualquer pesquisa ou apresentação de laços de parentesco com qualquer pessoa. Reputo isso a algo como apresentar-se quase fruto de um milagre. A mãe morta era a exceção. A irmã, sobrinhos nos EUA, jamais eram mencionados, retratados.
Lideranças históricas talvez procuram em vida, pelo maluco egocentrismo, afastar-se de e induzir sejam ignorados os laços de parentesco.
A despeito do inegável caráter lastreado em bondade e sábias palavras, Cristo como homem, nascido da Maria e do José, com irmãos, deixou para os historiadores, respeitosos, pouco de suas relações de parentesco. O que se sabe de José, de Maria e dos irmãos?
Lula, de seus vários irmãos e irmãs, do quase ignorado pai, pouco ou nada se sabe. Da mãe lembrou que "nasceu analfabeta", uma de suas maravilhosas pérolas, e isso foi remediado pela dita induzindo aos filhos aprenderem algo.
Morto Hugo Chavéz, já em curso as mais mirabolantes teorias de conspiração, o tal Maduro mais perdido que cachorro em desfile militar, a cúpula marqueteira do chavismo deu continuidade ao "apagão de parentesco". Não há fotos da mãe de Chavéz, não há mais fotos de suas filhas, companheiras, ex-companheiras. Nem o irmão, político de algum destaque, é retratado ou aparece nos eventos.
No velório apresenta-se a viúva número 1 da América Latina (rara inteligente exceção a aproveitar o marido defunto como alavanca política pessoal e às esposas é dado esse privilégio), com sua soturna maquiagem de Maga Patológica, Señora Kirchner, o sempre aparentemente desinteressado Mujica do Uruguay, o queixudo presidente boliviano e uma senhora desconhecida.
À frente do caixão fechado (o mistério é tal, que o caixão comumente aberto no velório dessas lideranças, é mantido cerradíssimo). O insosso Maduro, de blusão esportivo à la Fidel Castro, com cara de nada, um pouco atrás.
Imagino o pau já deva estar rolando entre os chavistas, seus seguidores milicos e os sindicalistas.
E o marketing a 100 por hora, são bilhões em privilégios e programas sociais de distribuição de ajuda aos miseráveis, ninguém abre mão.
Maduro será maduro o suficiente para liderar o país?
Ou o chavismo, como o peronismo, será algo útil por muitas décadas, os parentes mantidos bem longe? E afastados os de mesmo sobrenome, pois não pode haver novo Chavéz em comando, estragaria o mito.
Loucos os modos dos homens, mas somos assim.