Chávez morreu
Nada contra ou a favor do caudilho. A rigor o achava apenas certo grande pentelho, com perdões pela expressão. Porém penso ser da alma dos caudilhos, ditadores e eternos presidentes. Pentelham mesmo.
Conquanto haja quem goste, vejo fotos hoje de pessoas quase em autoimolação por Caracas pela passagem de alguém provavelmente a maioria só viu pela TV.
Diverti-me com teorias curiosas, sobre implantes de produtos radioativos pela CIA a causar o processo cancerígeno na cadeira de estúdio de rádio. Por onde Hugo macaqueando Fidel Castro discursava por horas.
Dizia enfrentar os americanos, esses jamais reagiram ao bufão. Seus maiores clientes de petróleo, interesses discretos de ambos os lados não levavam a briga muito longe.
Todavia diante da discreta (capitalismo é foguete!) ação dos caubóis em desvencilharem-se de fornecimentos importados de petróleo, Hugo desatento e o decorrente caro estatismo de sua empresa de óleo, derrubou a produção de 3,2 milhões de barris diários para os atuais 2,7.
E pensar aquele futurólogo Herman Kahn dizia em 1980 o mundo estaria sem óleo...
Acho jamais se produziu ou consumiu tanto quanto hoje.
Evidentemente assim como o peronismo, o lulismo por cá, o chavismo luta para manter o controle e seus decorrentes privilégios e confortos. Os sindicalistas de gordos salários agora dirigentes da estatal petroleira PDVSA, os milicos puxadores de saco do coronel paraquedista implantados em bons cargos, o judiciário de pesados salários e 100% chavista assim o exigem.
Mas a oposição cavou mais de 40% dos votos nas últimas eleições e o desabastecimento pelo controle antiquado de preços e decorrente inflação forte desanimam o povão.
João Santana, o supermarqueteiro ex-corretor de imóveis baiano já deve ter sido consultado para ganhar a peleja. Vamos ver como comovem a nação com um bombástico enterro, o herdeiro Maduro a fingir organizar. E ganhar pontos nas pesquisas.
Hugo está morto, viva Hugo, literalmente.
Adorar os falecidos por obstinação e histeria, ou interesses, coisa dos humanos; somos assim.