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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

O estupro

17 anos completos o amigo necessitava de novas camisas. Tímido, perguntou à mãe se poderia ajudar nisso, jamais havia comprado sozinho. Essa, impaciente, sugeriu a ele partir só, para a pouco emocionante tarefa, já seria tempo.

E foi, ladeira abaixo ao centrinho comercial, onde pobretonas lojas eram a fraca atração. Parte inclusive fabricava seus próprios produtos, os tempos eram meio magros.

Engolindo o temor do confronto, pois odiava a perguntação dos vendedores, entrou em uma menorzinha. Modesta, alguns manequins meio-corpo com camisas à mostra. A jovenzinha atendente, não mais velha que ele, arrogante, perguntou: "Que tipo quer?"

Não sabia existiam “tipos” de camisa, apenas eram camisas. Talvez mangas longas ou curtas, o resto ignorava. Corado, olhou para o piso e disse algo como: “Qualquer uma, meu tamanho por favor”.

A impaciente vendedora colocou algumas sobre o balcão, não sabia o que dizer e fazer o jovem amigo.

”Vai provar?”

Se houvesse algo mágico a retirar seu corpo daquele lugar terrível, agradeceria com rezas. Porém nada ocorreu, pior: surgiu certa senhora, o dobro de sua idade e perguntou à vendedora se tudo em ordem. Essa com ar de enfado, disse “estou esperando”.

A senhora mais velha percebeu o constrangimento do rapaz, pediu à moça fosse cuidar da loja e suavemente perguntou: “Que tipo de camisa gosta? Algo assim?”

Nem aguardou a resposta, tomou o sujeito pelo braço, arrastou até uma das cabines. Entrou com ele, pediu desabotoar a camisa para ir provando a nova, com as mãos em benção a receber a camisa velhinha do menino, pois era isso: um menino.

Não permitiu comentários, a resposta era pouco importante. Ela mesma escolheu as camisas, falou de ajustes a serem feitos, que voltasse no dia seguinte, todavia apenas após às 18 horas. Abotou-lhe a camisa, quase maternal, alisou os ombros do rapaz, de sorte a acalmá-lo, pois nada entendia, tremia.

No elétrico de retorno, o jovem pensou na senhora, sua forma agradável de conduzir o tema a ele tão complexo, a simples compra de camisas. E mais, o cheiro dela, bom. O corpo, algo completo, sensual a ponto não dormir bem naquela noite, assustado porém esperançoso voltar lá, a buscar suas camisas novas.

Pelas 18 horas do dia seguinte foi à lojinha-fábrica, a jovem vendedora não estava. Ao fundo uma luz morna, a senhora, a essa altura imaginava seria a proprietária, debruçada sobre o balcão, a olhar papéis.

Entrou lento, a senhora o viu. Sorriu, pediu a ele aproximar-se, puxou as camisas de uma gaveta.

”Vamos provar!”

Tomou do braço do menino, levou-o às cabines, antes trancou a porta da loja, murmurando “Já deu o horário...”.

E assim, o amigo foi estuprado aos 17 anos pela dona da pequena loja de camisas. Suavemente, se existe isso em estupros. Em total concordância, sem dar um pio. Repetidas vezes. Por meses.

Madura senhora, de seus 35 anos, abusou e reabusou do pobre rapaz. Ensinou-lhe técnicas, modos, posições, perversidades.

Porém certo dia não mais estava por lá, a loja fechara.

E nunca mais o amigo soube de sua formidável algoz.

Foi terrível, o estupro do amigo.

Comentários (clique para comentar)

- 14/11/2012 (08:11)

Eu queria ter sido essa estupradora!

- 01/11/2012 (09:11)

Vc é um porco sempre foi e sempre sera. Devia de ter vergonha escrever isso.

- 01/10/2012 (15:10)

Ilustre, ilustríssimo anônimo. Agradeço seu ferino comentário. Aproveite para fazer o curso de Português para a terceira idade no SESC.

- 01/10/2012 (11:10)

Fradinho, sempre o porco sem medida. Cara, vc num muda mesmo.