Olho por olho

Mortos os 6 integrantes do PCC (curioso, parece sigla de partido) pela Rota (aquela do gástrico Maluf, lembram? "A Rota na rua!") por suposto pré-ataque dos bandidos contra colega da polícia militar, a instituição criminosa mostra-se boa de contabilidade e, em poucos dias, acerta as contas matando 6 policiais à paisana.

Assim como a polícia tem seu, ironia o termo, "serviço de inteligência", os bandidos também o tem.

Sabem onde e como achar os meganhas, sem farda, matam-nos sem maiores distinções. Por sinal leio aqui é lei não escrita, ao topar com policial à paisana, mesmo desarmado, a ordem é fogo.

Induz a cúpula política do estado, contra os princípios da percepção popular "os fatos não terem qualquer conexão." E, claro, o secretário da segurança pública confirma tudo faz para resolver a questão, ou seja para todos esquecerem o assunto com brevidade.

Essa curiosa e retumbante onda de violência se abate sobre a cidade é misteriosa. Seria o fim do bem estar econômico?

Nunca fomos tão bem providos (e tão éticos!) como agora. Porém temos bons incrementos em roubos de automóveis, assassinatos, furtos, assaltos e por aí vai. E no geral a cidade conta com 10.000 ocorrências violentas em 5 meses de 2012.

A melhora na economia traduz-se em maior violência contra o patrimônio e a vida, no estilo: você agora tem mais, eu também tenho direito a lhe tirar mais!

Alguns especulam não haver relação, a violência do homem ser intrínseca e inexplicável.

Na Islândia com quebradeira de bancos em 2008, e inverno tediosíssimo, o índice de assassinatos foi de zero ocorrências em 100.000 habitantes.

Aqui em São Paulo estamos por 10 em 100.000 (oficialmente, claro...), porém em outros cidades brasileiras chega-se a 70 por 100.000. Não podemos comparar, dirão os lentes no assunto. Será? Nos riquíssimos EUA a média é de 5 em 100.000...

A nossa cidade ficou chata, aquele constante temor do motoqueiro ao seu lado não ser apenas mensageiro, o restaurante arrastado poder ser o que você está. E ao chegar em casa haver o brinde do menor armado, a depois declamar com olhos inocentes: "a mina parece que ia reagir...", sendo "mina" uma advogada desarmada em seu carro.

Ou estaria certa a velhinha gaúcha matou o intruso armado? O senhor em seu sítio acertou os miolos com a calibre 12 dos moleques aterrorizavam sua esposa de 75 anos? Brasileiros, somos endemicamente violentos.

Somos assim.

E não mudamos.