Ano de eleições
Difícil conter meu incontestável sarcasmo diante da eternamente repetitiva “preparação”, por nossa conta, da cidade para as próximas eleições municipais. Sim, pois, não é do bolso dos candidatos da atual situação, nem dos caixas de seus partidos saem os valores para o embelezamento, a mostrar algo está sendo feito.
Após algum tempo, diria anos, a tropa com seus baldes de cal surgiu onde moro. Bairro classe-média, de “formadores de opinião”, caprichou-se a meleca de sempre.
Símbolo número 1 de alguns países emergentes ou repúblicas musáceas: o pintar do meio-fio, pedra sim, pedra não, com a mais vagabunda tinta disponível, cal.
O grupo de trabalhadores, alegres, por conta do erário fazendo a pintação inútil, depois de 2 – 3 semanas volta o cinza.
Curiosamente foi a primeira observação minha, quando há um ano pousei em Nova Déli. Não em branco como aqui, mas em alternado, vejam amigos leitores, verde e amarelo.... Genial, provavelmente dois fornecedores de tintas, distintos, cada um ajudar a si e seu político com a quilométrica inutilidade.
Pensem em quantas ruas há de se pintar...
É um dos marcos do colonialismo, o pintar de meios-fios e as bases dos troncos de árvore. Coisa de quartéis britânicos em Singapura, quando colônia.
Ou, como colonizados somos por políticos, nos dias de hoje em uma das maiores cidades do planeta, o desperdício claro e inútil de milhares de horas trabalhadas e seus baldes de cal, a brigar por aspecto bonitinho, pago com impostos, um gigantesco trabalho inútil.
A beneficiar soturnos prestadores de serviço e suas ajudas em campanhas. E sempre toleramos.
Somos assim.
Os que me "alertarem" ser a meleca para necessária sinalização, peço não me ofenderem por minha própria burrice...