William Faulkner, inspirador...
Nestes dias de calor globalizado lembrei-me de W. Faulkner, suas novelas e contos sobre o longo e perigoso verão do antigo sul, aquele quase romântico ou romantizado, dos gringos, tão bem retratado em filme posterior com os formidáveis Orson Welles e o casal Paul Newman/Joanne Woodward.
Novelão mesmo, no sentido mais concreto da palavra.(The Hamlet acho era o nome do livro, mas não tenho mais certeza; li menino, de 15-16 anos.)
Meu já há tanto falecido pai consumia com paixão o tal Faulkner e, quem sabe, por suas complicações na juventude talvez, remotamente, se identificava com o solitário e briguento Ben Quick, personagem principal do depois filme.
Alegria quando em uma destas tardes molengas de verão de tantos anos atrás, ainda sem os chatos encargos da vida, assisti o filme, por fim vi os imaginados personagens tomarem cor, forma e vida na telinha. A procurar em alguma videoteca, era excelente, gostaria rever.
Por que lembrei? O calor, com certeza, a sentada solitária de fim-de-dia no cálido quintal, fumando e bebendo uísque com gelos, para aplacar o espírito.
Momentos, um tanto químicos infelizmente, de paz, tão incompreensíveis para os muitos que se despencam para a grande agitação a abafar a alma com impressões, ao invés do olhar ao céu e às sujas estrelas de São Paulo.
E estranhar a antes rara e agora um pouco triste quietude, já onde poucos ficam pela casa. Alguns em agito constante a retomar a vida, digamos, "externa" a lar-filhos agora crescidos, outros a procurarem novos horizontes profissionais e estudantis, longe do inferno paulistano.
A cantarolar, estranha forma minha, música ligada ao "tema", neste caso o "longo verão", tão bem condensado por William Faulkner e seus determinados ou fracotes personagens. The long hot summer, e a música do filme... Me veio à cabeça, assim como vem o soturno Beethoven e sua descrição musical quase perfeita de uma tempestade na Pastoral, em seu Gewitter, a tempestade, quando os trovões se irradiam sobre esta cidade. A ouvir, de tempos em tempos, em todas as casas, se possível fosse, a dobrada Serenata noturna de Mozart e a sinfonia nr. 6 , Pastoral, de Beethoven. Populares, sem frescuras, sem interpretações complexas. São lindamente simples de ouvir.
Seríamos mais felizes.
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