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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

CREA, órgão inútil.

Por esses dias a empresa onde labuto, não de sol a sol, mas intensamente, recebeu notificação será multada.

Por "praticar" obras de engenharia, sem estar devidamente inscrita no conselho regional de engenharia e arquitetura de Minas Gerais.

510 reais!

Sinceramente considerei barato para a empresa escapar desse crime. Porém a história é um tanto complexa.

A rigor, o tal CREA é orgão vinculado ao ministério do trabalho, cuja única função é a arrecadação. Um coletor de impostos dos engenheiros e empresas. E para dar certa legalidade ao assunto, "fiscalizam" obras, não pelo conjuto, pela qualidade ou detalhes; isso seria atribuição do engenheiro. Fiscalizam apenas, se há engenheiros responsáveis assinando e principalmente esses, assim como as empresas, tenham pago os impostos ao órgão.

Deve ser excelente negócio, essa extorsão a profissionais (apesar alguns ingênuos se orgulharem com "tenho CREA!").

Pelo novo prédio do órgão em plaga paulistana na Avenida Angélica, a coisa vai muito bem, com muito luxo; assim como a enxurrada de malas diretas, principalmente de planos de saúde "somente para profissionais com CREA", a receber-se. O cadastro dos engenheiros catalogados como bons pagadores deve ser vendido a preço de ouro....

No dia me formei em 1980, recebi a carteria do troço, provisória. Jamais "regularizei" nem paguei as mensalidades. Nem incentivei a empresa a fazer, por ser ridículo procurar na engenharia mecânica "engenheiros responsáveis", nem assim pedem as empresas clientes. Ter vìnculo com o sistema extorsivo, pagando sua taxas, não garante qualidade de produto, nem sua segurança. Além disso, qualquer máquina importada imediatamente deveria ser barrada a instalação, pois não há engenheiros com CREA a certificá-las na sua origem. Assim automóveis, navios, aviões, tratores, turbinas, bombas, altos-fornos, pontes rolantes, tevês, celulares, fornos de micro-ondas, motos, cortadores de grama, facas, tomógrafos, aparelhos de ultra-som e toda a infinidade de materiais concebidos por engenheiros mecânicos, elétricos e eletrônicos, infelizmente em 100% dos casos, por não-brasileiros.

Mas o fiscal do CREA em Minas foi duro. Sem conversa, se é máquina entregue em obra brasileira, por empresa brasileira deve haver registro no CREA e assinatura do projeto por engenheiro brasileiro com taxa denominada ART (anotação de responsabilidade técnica) ou seja: nós imbecis para dizer ao órgão que somos os responsáveis pelo projeto, podemos também pagar por isso.

Sempre tudo pago, principalmente!

Mas nos submetemos, ano após ano. Somos assim.

Pela cafonice neoclássica, o valor deve ter sido substancial, além da região caríssima de São Paulo. O CREA deve arrecadar muito bem, com sobras até para investir nessa coisa horrível.

Comentários (clique para comentar)

José Getulio - 20/01/2017 (23:01)

CREA, Sindicato dos engenheiros, entidades de treinamento periódico obrigatorio de NRs, ...Como a máfia, oferecem proteção em troca de pagamento. Brasil, país maravilhoso sendo destruído por quem só quer se aproveitar do esforço alheio.

Vagner Gonçalves - 14/04/2016 (15:04)

Estou sendo extorcido ilegalmente pelo CREA, por um fiscal ogro adestrado pelo CREA com função de fiscal, e juiz. SOCORRO. Podem me ajudar ? Grato Vagner

Cassio Alvarenga - 15/04/2014 (22:04)

Concordo plenamente com o exposto acima, é indignante o tal "conselho", esse sentimento é presente em TODOS os engenheiros que conheço, tanto é que me vem as vezes pela cabeça levantar bandeiras e partir para abrir outro conselho.