A pequena Amelia?
O Pequeno Príncipe de A. de Saint- Exupéry, em nova tentativa de leitura, resultou no mesmo indesejável efeito: a mim pelo menos, enfadonho, desinteressante.
O livro coalhado de metáforas, para crianças. Que não se interessam por metáforas, penso eu.
Ou não as compreendem.
E para adultos: leitura de misses. Era quase chavão, quando nos concursos das bonitonas o locutor perguntava sobre a leitura preferida... invariavelmente citavam o tal príncipe.
Porém um dos mais vendidos no momento, por cá. Segundo as análises dos jornais.
Um sucesso, jamais compreendi. Tal qual a bíblia (com perdões pelas minúsculas), todos têm e dizem, terem lido "uma parte". Ainda é a maior edição de todos os tempos. De fato mais objeto de acalento e adoração à leitura em si. Bíblia e crucifixo, faz parte como alcorão (perdões novamente pelas minúsculas) e 5 rezas diárias, ajoelhando-se contra Meca.
Porém, e todo livro tem sua mágica, observei com certa curiosidade as aquarelas, do próprio autor.
E a imagem do pequeno príncipe, com suas calças compridas e o lenço ao vento, com os cabelos loiros... hum, em quem haveria ter se inspirado o aviador francês?
Lembrei de artigo recente nesse mesmo Hermógenes, sobre Amelia Earhart, a diminuta mas corajosa piloto, desaparecida no Pacífico ao tentar dar a volta ao mundo em seu Lookheed Electra.
Sem dúvida o fato ocorrido em 1936, além de sua própria queda no deserto em 1935, contribuiram para o imaginário de S-E e sua estranha historieta de tanto sucesso.
Em 1944 Saint-Exupéry some, tal qual Amelia, talvez abatido por algum caça alemão sobre o Mediterrâneo.
Não sei se houve encontro entre eles, possível seria pois o livro do pequeno príncipe foi escrito durante seu exílio nos Estados Unidos.
Um encontro, marcante, é certo: com Anne Morrow Lindbergh, poetisa, piloto e esposa do grande às da aviação Charles; essa que em seu diário se confessa, pelos dois únicos dias de convivência, absolutamente apaixonada por S-E.
E arrasada com seu desaparecimento, entrando em literal parafuso sentimental por isso.
Talvez o mulherengo S-E houvesse se apaixonado pela diminuta Amelia Earhart, à distância. E declarado seu amor pela desaparecida fazendo de sua figura o pequeno príncipe de seu livro.
Vejam as fotos, há algo.