Foto do Hermógenes

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Juan Rulfo

Deveria envergonhar-me de jamais, até uma semana atrás, ter sequer ouvido falar do fotógrafo mexicano.

Hoje sou seu dedicado admirador, diria entre os latino-americanos é o melhor. Mas sou amador, descarte-se a opinião.

Uma folheada em seu livro "100 Fotografias", (Cosac Naif , 2010), com a coletânea talvez de suas melhores, reforçou meu entusiasmo com a fotografia em preto e branco, a me perseguir com alegria, literalmente, desde moleque.

Sabia pouco sobre ele, andei lendo e vendo algo. Em suma: um virtuoso da fotografia e literato. Escrevia, e muito bem.

Mas dos fotógrafos pouco se lê, sua arte é vista, deixa impressões.

Alguns se expressam melhor pelas imagens, são assim.

Rulfo nasceu em uma família de proprietários de terra que ficou arruinada pela Revolução Mexicana. Seu pai e dois tios morreram na época da Guerra de Cristero e com a morte de sua mãe, por um ataque cardíaco quatro anos depois, Rulfo foi enviado a um orfanato em Guadalajara, onde viveu entre 1928 a 1932. Freqüentou um seminário por um breve período e mudou-se para a Cidade do México, a fim de estudar direito. Não pôde terminar os estudos e durante os vinte anos seguintes trabalhou, primeiro como agente de imigração por todo o México e logo como agente da empresa Goodrich-Euzkadi.

Em 1944, Rulfo fundou a revista literária Pan. Na década de 1950, o autor publica o livro de contos El llano en llamas e o romance Pedro Páramo. Apesar de ter abandonado a escrita de livros depois da publicação destas obras, Rulfo continou ativo na cena literária mexicana, colaborando com outros escritores em roteiros (Carlos Fuentes e Gabriel García Márquez), escrevendo para televisão, e dedicando-se à fotografia.

Desde 1962 até sua morte, Rulfo foi diretor do departamento de publicações do Instituto Nacional Indígena do México. Foi membro da Academia de Letras Mexicana e recebeu vários prêmios literários em vida, de entre os quais o Prêmio Príncipe de Astúrias, em 1983. O escritor morreu, de câncer, aos 68 anos.
Wikipedia.

1 Um belo volume para quem aprecia fotos em preto & branco. Cosac Naif, 2010.

2 Captar assim a paisagem, apesar do exagero da montagem, é certamente a arte do mestre. Vejam as nuvens.

3 Estruturação e equilíbrio,quase uma pintura pensada.

4 As agáves para a tequila, a combinação céu-terra com profundidade é impecável.

5 Com certeza uma modelo, porém o contraste escuro do lenço e escuro dos céus é marcante. Nunca vi igual em preto & branco.

6 Raro auto-retrato de Juan Rulfo. Mas a textura escolhida com a arte dos nativos pré-hispânicos e formidável.

Comentários (clique para comentar)

- 11/08/2011 (07:08)

E conseguem captar melhor.

- 10/08/2011 (16:08)

Alguns enxergam mais que outros...