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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Game over!

Vejo hoje a imensa passeata de protesto dos metalúrgicos do companheiro-mór do ABC, ó ironia, contra a política de importações escancarada, implementada a partir de FHC e mantida por Rei Loolah e sua seguidora obediente.

Transformou-se o país em fazendão e pedreira, vendendo em média a tranqueira da roça e das pedreiras com garimpos a 390 dólares a tonelada para os sobreviventes do Exército Vermelho, e comprando deles as bugigangas mecano-elétricas, a 3.740 dólares a tonelada...

A montadora FIAT em Betim, Minas, anuncia para breve férias coletivas, com mais de 30 dias de produção de automóveis no pátio; há de se parar. A rigor o prenúncio já era a indiferença da Vokswagen no Paraná com a greve de seus trabalhadores, longuíssima, em maio. Quase como férias coletivas e ainda baixando e renegociando participação nos resultados. O sindicato desconfiou, cedeu e voltaram ao trabalho.

Enquanto isso, via Uruguai e Mercosul, internam-se milhares de automóveis chineses, baixos preços, baixos impostos, mas boas margens de revenda. Um deles consegue vender em quantidades similares às grandes montadoras aqui instaladas.

O resultado surge agora em julho, quase de repente: a inadimplência retornando, após os fantasmas de 2008/2009 afastados. Grupos grandes, vejo na firminha onde trabalho, com autoritarismo, ameaças e safadezas procurando adiar pagamentos. E os menores implorando por mais alguns dias, por favor!

Queda de 46% na compra de apartamentos novos e o brasileiro médio gastando ¼ do que recebe com infindáveis e caríssimas prestações. O milagre do crédito vai para o barranco, como nos EUA em 2008.

Os bancos pagando excelentes valores aos aplicadores especuladores de fora, a inundação de dólares deixa o real ultra-caro. E as importações baratas...

A corrupção, como nunca dantes nesse país, rolando solta, deixando os containeres carregados de eletrônicos passar como baldes plásticos descartáveis.

A corrida dos ratos, como vimos agora nos ministérios e com o soturno Palocci, incrementando. Coisa de Titanic.

A orquestra ainda toca, mas os porões estão cheios de água e na primeira classe servem-se os drinks caríssimos a alguns com seus lugares garantidos nos botes salva-vidas.

Vamos para mais uma crise? Claro. Adoramos.

Somos assim.

Via Anchieta em São Paulo, hoje o medo do desemprego volta à carga. E há muita prestação a pagar, sem o trabalho não vai...

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