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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Fascinante...

A palavra está na minha cabeça, por esses dias. Não sei a razão, porém estimo que a conjunção de fatos em geral tem me deixado com ar de quem, muito, admira o ocorrente ao seu redor. E em alguns momentos são questões realmente fascinantes.

A história, confirmada, da sra. Mildred Baena, a doméstica teve e escondeu por alguns anos o filho gerado com Arnold Schwarzenegger, ator e duas vezes governador da Califórnia, casado com senhora do clã Kennedy, foi a mim fascinante.

A rigor nenhuma novidade nisso, acontece desde os tempos descobrimos o proibido poder ser delicioso... E faz tempo.

Minha avó, contratada como babá, já madura por volta de seus 28 anos aprontou dessas. A casa vizinha, em um bairro melhor desses de Colônia, Alemanha, em 1920, abrigava uma família com dois jovens estudantes de medicina.

E pelo visto, fascinante, o mais novo resolveu explorar seus conhecimentos recém-adquiridos na escola médica, com a babá dos vizinhos. Nas áreas de anatomia e reprodução humana, com passagem pela ginecologia.

Minha avó, nascida em 1894 e o rapazote, de 1903, ela como escrevi aos 28 e ele do alto dos seus 19, em 1922 deram luz ao meu pai. Dois dias antes do Natal.

De presente ela recebeu a demissão, imagino. Jamais reviu o meninote-parceiro, nem retornou à tal cidade.

Com algum sentimento de culpa pela sedução do praticamente menino, meu avô, conclua-se. Recolheu-se à longínqua Alemanha do Norte, em seu vilarejo natal.

Mas, mãe solteira em país daqueles, por volta de 1922, não devia ser coisa simples. Escorraçada, aparentemente até pelos bem próximos, saca do menino e o leva para cidade grande próxima, onde esse vai à escola depois à escola de oficiais e guerra; e ela à fábrica de latas depois de obuses, chegando a supervisora.

Jamais teve outro relacionamento sério, criou esse menino através das mais incríveis intempéries da vida, de bombardeios, câncer à perda de tudo que possuía. Em solidão, como diria, fascinante.

Morreu em 1988, aos 94 anos, sobrevivente ao único filho adorado, ainda conhecendo minha filha mais velha, pequenina à época.

Seu motto vida afora: “Die Menschen sind so schlecht.”

O que significa: As pessoas são tão ruins.

Somos mesmo?

Penso que não, a coragem do ex-forçudo Arnold em vir à frente e assumir o assunto, deixando tudo muito claro é sinal de bondade. Não negando o filho, sem maiores delongas, revelado o tema.

Já minha avó jamais adiantou a nós quem teria sido o jovenzinho, nosso avô. Curiosos após a morte do meu pai e dela, pesquisou-se e encontrou-se uma trilha de rastros.

Entretanto já havia falecido o rapaz curioso de 1903, aos 78 anos.

E sua família original, contatada, nada de nós queria saber; com seu advogado à frente, pedindo distância.

Mildred Baena e o filho do casal.

De origem humilde, talvez e apesar de seus esforços na procura de muito reconhecimento, com a política e casamento com a aristocracia americana, o grande austríaco pelo visto se aconchegava com a moça de origem latina, sua doméstica.

Papai e vovó, estimo que por volta de 1927-28, já afastada de parentes que a censuravam, passeando por Braunschweig. Me lembrou um tantinho a história de Miss Baena.

Comentários (clique para comentar)

Hermógenes - 24/05/2011 (10:05)

É, o livro das histórias do passado... O tema é interessante, singelo. Mas confesso sei pouco dos detalhes, apesar das pesquisas. Seria meio fantasioso. Não sei se entendo de romancear. Quem sabe no futuro?

Carlos - 22/05/2011 (12:05)

Já pensou em se aprofundar no assunto e escrever um livro? Essa história sempre me fascinou.