Elucubrações matemáticas
Por Ludwig von Albarus, de São Paulo.
Minhas elucubrações, minhas lembranças.
Já disse a vocês, quem viveu 73 anos, sempre tem alguma; eu tenho muitas, e compartilho com vocês graças ao bilogue do Hermógenes.
Lembrei-me que em fase anterior ao meu ingresso na Faculdade de Filosofia da USP, eu desejava muito, achava muito bonito, queria ser engenheiro químico.
Muito bem.
Peguei no breu, me preparei razoavelmente bem e matriculei-me no Vestibular da Escola Politécnica da USP. Entrei na primeira lista.
Ano de 1959, primeiro-anista de engenharia. Segundo meu pai, engenheiro formado na turma de 1.924, memorável proeza, motivo de ufano da família inteira....
E eu, feliz?
Que nada!
No primeiro dia de aula, primeira decepção; o professor doutor José Alves Feitosa, brilhantemente, deduzindo quilométricas fórmulas de Geometria Analítica... eu me perguntei: é essa a Engenharia Química que eu sonhava ?
Nunca.
E assim, ao longo de todo o semestre! Eu estava caminhando para me tornar um gênio em Matemática. Até o professor de Química Orgânica, doutor Teodureto Souto, a deduzir fórmulas matemáticas.
Julho, férias.
Tomei uma decisão: não volto mais! Para que? A pressão ascendeu a tais níveis, que eu voltei.
Meu pai, ficou uma fera! – Destruir com os pés o que fez com as mãos. Ser um politécnico (!) é um bem máximo!
Frequentei as aulas por mais um dia; e abandonei o curso, Politécnica e tudo o mais. Comi o pão que o diabo amassou com o rabo...
Recordo-me que antes fiz um excelente curso, naquela época chamava-se “cientifico”. Foi meu professor de Matemática, o grande Colombo de Almeida, que Deus o tenha.
Eu gostava da matéria. Cheguei a ponto de “inventar” métodos novos! Vejam essa: um belo dia, fui ao mestre, (todo feliz) dizendo que inventara um novo método de resolver determinantes, era muito simples.
Só repetir as duas fileiras iniciais e multiplicar em cruz. Pronto!
Responde Colombo: -Parabéns ! Você acaba de inventar algo, no século xx, que no tempo das pirâmides, os antigos egípcios decidiram abandonar, por obsolescência...
Por isso talvez a decisão de ir à Faculdade de Filosofia... afinal, com toda certeza os egípcios conheciam algo de filosofia, mas definitivamente não sabiam o que eram "determinantes"...