Parceria, casamento, separação e divórcio
Não sei a razão, mas estimo boa parte das separações é decorrente das conquistas femininas, sua liberdade batalhada após milhares de anos de opressão. A docilidade e pacifismo inerente a elas, como mães são e com isso saberem melhor o valor de vidas, pelos homens por séculos talvez visto apenas possibilidade de as dominar. Até pela violência.
Em certo momento iniciaram a dizer não. A exigir participação nas decisões pequenas e grandes, como as políticas. A dirigir governos, aviões, trens e principalmente suas próprias vidas.
Não é mentira se estimo muitas mulheres, após certo período de encantamento com a questão casar, a casa e filhos, resolve: casa e filhos ok; casar nem sempre.
Vejo amigas da minha companheira e filhas de fato optam com tranquilidade por vidas sem um traste machista em casa a exigir camisas passadas. Algumas nem tentaram, diante das péssimas notícias advindas de quem se meteu a experimentar.
Muitas separadas procuram companhia, mas no momento o novo parceiro insinua vida conjunta, a luz vermelha pisca forte. Nada feito, namorados até a hora de cuidar das suas coisas, cada um em seu canto. Com isso leio cidades como Munique na Alemanha por exemplo, tem o maior número de solteiros, separados, abandonados e divorciados da Alemanha, morando sós.
E suas conseqüências, pois a zorra da Mãe Natureza ainda nos deixa resquícios de tribalismo, acasalamento nem sempre movido pela lógica de vida ordenada. Dest´arte alguns insistem no chamar-se-ia erro de julgamento, a procurar nova vida conjugal, nem sempre infelizes.
É um lado.
Porém ontem em conversa com novo amigo me relata algo faz pensar como as questões são complicadas. De minha idade, técnico, com o mesmo prenome, fala da vida, após o segundo uísque. Do amor tem pelas enteadas, criou como filhas. Da amizade nutre pelo primeiro companheiro da esposa. Do grande amor pela parceira, de sua batalha conjunta contra o câncer, após 12 anos a leva.
Grande amor sobre qual nem precisaria divagar, pois observo ainda mantém no dedo a aliança.
Talvez a cola de boas relações seja o princípio da tolerância e do respeito. Algo temos de fato saber manejar com delicadeza e inteligência, pois diria ser como um intensificador do amor, da ternura e da boa convivência. Há dificuldades, muitos e muitas não têm o desejo de desenvolver essa habilidade, as razões chegam a ser instintivas.
Mas aqueles sabem, vivem melhor. E quando ambos sabem, a cola é uma super-cola, talvez o caso do novo amigo, mesmo com a companheira morta.
Até que morte os separe, bem, nem sempre verdade. Somos assim.