Internet é a arma do momento
Acompanhei até o desfecho a execução moral do jovem ministro da defesa da Alemanha, que hoje pediu a conta, renunciando.
Seu doutoramento era fajuto, um compêndio completo de plágios a vários autores, sem citar as fontes. Numa universidade que me parece pouco conceituada, a de Bayreuth.
A imprensa via Internet cavou todos os dados, a situação ficou insustentável.
Aliado à imensa ira da marinha alemã, que comandava, pela interdição do "fun-boat", o navio-escola Gorch Fock depois de duas cadetes terem morrido em acidentes a bordo e sr. capitão informar que não era com ele, nem estava presente.
Funcionário público: não é comigo!
Demitido o marinho, cavou-se a vingança corporativa. O sistema é rápido, a queda ligeira. Enganou ou transgrediu a aquilo até moralmente incorreto, como foi com a sórdida marinha alemã, perdeu o emprego.
Imaginei tal ocorrer por aqui. Difícil, não temos amplitude social e organizatória para expulsar quem nos engana, quem fajuta ou subtrai. Quem não quer sair, não sai, vejam Sarney, Maluf, o sistema PMDB et caterva. Somente funcionou com Collor, cujas transgressões se analisadas e comparadas com o que veio depois, são brincadeiras inocentes. Mas futucou os poderosos, com seu bloqueio financeiro, abertura das importações, fim de alguns cartórios. Tal qual o ministro alemão com a marinha...
Após Collor souberam manipular, aliaram-se à escoria política em maioria, pacto podre a que chamaram de "governabilidade". Até santo Lula, como quer o povo, abriu os braços para Sarney e outras figuras soturnas.
Vejo tênues começos talvez, com as marchinhas de protesto contra as novas tarifas em São Paulo ou o bloqueio da Estrada do Côco aqui na Bahia pela absurda implantação de mais um pedágio a prejudicar toda uma região de moradias humildes, visando os gordos pagadores de condomínios de luxo da região, mas aproveitando e arrancando também de quem não pode tanto.
A África do Norte é o exemplo, entretanto já me parece haver forte manipulação da pax americana, a fincar mais um pé mundo afora em regiões estratégicas (óleo e inimigos nucleares). Uma Líbia americanizada, ao lado de um Egito seria grande alívio para Israel.
Quem sabe a juventude chinesa, talvez ainda a articular-se, ponha fim a certos conceitos no estilo sou-governo-posso-tudo, definitivamente? A revolução Jasmim, enfim?