Estranhas revoluções...
Não me convenci que de fato houve mudanças no Egito. Mubarak se foi (foi mesmo?), mas quem ficou para tocar a música é a banda militar, a qual, salvo engano meu, quem controlava era ele.
O chefe do estado maior (assim, em minúsculas mesmo), no posto desde 1991 assume, imagino que se conhecem muito bem. Tão bem que o exílio do ditador é em bonito balneário, não houve necessidade de procurar outros países.
E os 80.000.000 de egípcios, principalmente os jovens entre 17 e 30 anos, me parece foram engambelados, enrolados e enganados. Além da democracia de fachada agora ter passado de fato a uma ditadura militar, com junta e tudo.
Alívio para Israel e EUA, ambos sempre apoiaram os milicos egípcios pós Anwar Sadat com farta ajuda militar, coisa de 1.300.000.000 doletas por ano.
Quem sabe derrubam os ditadores religiosos do Irã também? E arrumam uns militares pró-ocidente, desses que adoram comprar armas americanas com as devidas “comissões” bem pagas?
Quando ouvi o discurso de Obama, elogiando a “democracia” reinstaurada no Egito, fiquei triste. Imaginava Obama homem sério, político de alguma estirpe. Mas em meio às abobrinhas que detonou, verifica-se que os interesses comerciais e de poder, o tal tesão em mandar, dominam o cenário.
Falar de novos tempos, verdadeira democracia e outros conceitos nobres é mera perda de tempo. Talvez por isso os desinteressados e pouco entusiasmados aplausos ao cínico discurso.
Realmente deveria devolver o prêmio Nobel da paz...
E lembrar mais de seu grande paradigma, Abraham Lincoln. Esse com alguma lucidez e enxergando a verdadeira politicagem dizia:
“Pode-se enganar alguém sempre. Ou a todos durante algum tempo. Mas nunca enganar-se-á a todos o tempo todo.”
Vale para Mubarak também...