Somos melhores, sempre.
A quantidade de automóveis no Brasil e na Alemanha é a mesma, ao redor de 40.000.000 de veículos. A idade da frota por lá é menor, aqui temos mais veículos velhos rodando, as razões são os nossos fracos vencimentos e o preço inflado dos novos automóveis.
Um carro, com impostos, no Brasil custa em média 30 a 40% a mais que seu similar europeu, japonês ou americano. Financiado vai à estratosfera, entretanto bons brasileiros olhamos apenas o valor da prestação, jamais o total eventualmente pago.
O preço do combustível é similar, excetuado nos EUA onde é bem mais barato pela menor carga de impostos incidentes. Aqui, se não me engano, há 70% de impostos na composição do preço final dos fluídos.
Porém voltando ao comparativo, temos um sistema de controle bem mais eficiente, na visão do nosso governo, para a proteção do motorista, mormente contra si mesmo, que na bizarra Alemanha.
Lá, penso não mudou, obtida a carteira de motorista, não há renovação até o final da vida. Uma vez motorista é seu direito manter-se assim, sem provar constatemente que o é, até com sua saúde. Nem há outros exames médicos.
Não há pedágios para automóveis, o uso das rodovias, bem boazinhas por sinal, é livre porém paga-se impostos ao estilo IPVA.
A inspeção veicular, como aqui em São Paulo, não existe para veículos novos. Apenas para veículos com mais de dois anos, a cada dois anos seguintes e custa em torno de 80 euros.
Ou seja, eles não têm a menor noção do que estão fazendo. Um absurdo!
Aqui temos a carta e o exame médico, com suas taxas, renovadas a cada 5 anos. Muito importante para a saúde do motorista, claro.
Temos pedágios à vontade, pois o IPVA é destinado para outras questões relacionadas ao trânsito.
E a inspeção veicular é para todos os veículos, incluídos os novos e evidentemente anual, pois seria irresponsabilidade do legislador fazê-lo a cada longos dois anos.
Em suma, controla-se mais, temos pedágios para melhorar com os valores polpudos recolhidos o estado de nossas estradas e estamos fazendo tudo certo.
Até a cadeirinha para crianças com menos de 7,5 anos (detalhes para o virgula-cinco) é obrigatória, com multa, etc.
A vantagem disso é : com o sistema daqui temos apenas 40.000 mortos no trânsito. E os alemães, com seu método mais relaxado têm imensos 4.000 mortos.
Não, não há engano: aqui com todo o assédio aos motoristas, com taxas, obrigações, multas cavalares, impostos adicionais, preço pornográficos de pedágios e automóveis, além do combustível caro, exames médicos, despachantes, auto-escolas caras (todas, sem exceção) matamos, com o mesmo número de veículos, 10 vezes mais.
Leio a lei Feldman sobre o rodízio de São Paulo jamais baixou os índices de gases tóxicos na cidade nem houve, pelo contrário, qualquer melhora no tráfego. Nem foi adotada em outros lugares do país.
Sua única vantagem é a cobrança das multas.
Entenderam? Não interessa o número de mortos. Queremos a garantia de custos altos para o contribuinte-motorista, proteção à máfia das auto-escolas e médicos “credenciados” com seu poderoso lobby, além de impostos e pedágios pesados, a garantir manter-se a pesadíssima e corrupta máquina do estado a pesar-nos no cotidiano simples, como esse direito de ir e vir de automóvel.
E, claro, nada fazemos, basta ver a quantidade de automóveis novos e de luxo pela cidade, metade de seu valor são impostos já pagos.
Somos assim.