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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Einstein

Livro agradável de ler e o nr.1 (dizem) da lista do New York Times, “Einstein, sua vida, seu universo”. Traduzido por grupo grande para o português, coordenado pela Cia. Das Letras, 2007. O autor, Walter Isaacson, é especialista neste tipo de biografia.

Bom livro, disseca aspectos mais íntimos do mulherengo Einstein, mostra sua linha conservadora e reacionária nos novos rumos da física, a colidirem estes com seu egocentrismo. Divertida a leitura, recomendo muito.

A parte jocosa é como Einstein acaba virando astro da mídia americana, curiosamente impulsionado pelo New York Times. Tão incensado a ponto de mudar-se para os EUA e assumir a nacionalidade americana. Com toda razão: pelas boas vindas e pela xenofobia com louco racismo anti-semita dos alemães; e europeus em geral.

Sua genialidade, penso incompreendida por 99,999999999% dos habitantes deste planeta e claro, quem aqui escreve, é cabal. A teoria da relatividade Einstein detona ao público cientista com apenas 25 anos (depois vem pouco, é verdade. Porém não desmerece) e o livro mostra a imbecilidade de outro premio Nobel contemporâneo ao gênio, outro alemão, Phillip Lenard, a combater preceitos físicos e denegrir Einstein, tentanto provar existir uma “física alemã” e a relatividade ser balela.

Coisas dos homens (e dos nazistas).

Pacifista adepto do combate ao serviço militar obrigatório para os jovens, imaginando governo global com leis globais, adiante endossando a construção da bomba atômica. Seu uso, talvez, na Europa, o que não ocorreu. Os distantes japoneses sentiram pela primeira e esperemos única vez o resultado energia ser massa vezes o dobro da velocidade da luz. A fórmula mágica e perigosa do gênio.

No aspecto familiar Einstein era homem de alguma frieza, não ligou para a primeira filha nascida (nem a conheceu, achou o casal melhor entregar a alguém para criação), tinha certo relacionamento formal com Hans Albert, o primeiro rapaz e apenas lamentava a triste existência do terceiro filho, Eduard, este esquizofrênico vagando por clínicas suíças. Achava o mestre da física ser coisa herdada geneticamente da mãe; e nada poderia ser feito. Duro, gelado.

Quando o filho Hans Albert resolve casar-se, tenta o velho evitar a todo custo, imaginando o rapaz com uma mulher baixa e não tão bonita gerar netos “incompatíveis”.

Racismo simplório. Porém, imperdoável ao gênio, com todo respeito. Dir-se-ia: coisas da época. Coisas de nós, humanos.

Somos assim; até eles gênios são.

Belo livro. A tradução um pouco confusa, apesar do aconselhamento científico, conforme afirmam os editores.

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