Navegando em merda
Li o tapete de plantas aquáticas na represa de Guarapiranga havia se agigantado, mas na dúvida, fã sou do local, fui conferir. Para tal chamei meu amigo Harald, filho de navegante, portanto mui adequado para a empreitada. E seguimos.
Mas não muito longe, após alguns minutos encontramos o "pasto", área que agora recobre boa parte das águas da bonita represa. Sua proliferação descontrolada, pelo que entendi, deve-se à quantidade imensa de nutrientes, no caso nitratos, jogados naquela água sob forma de esgoto clandestino. Ou seja: merda, um conhecido adubo.
Assim como a adubação artificial , as plantas se beneficiam e crescem maravilhosamente. Porém demais escurecem e retiram oxigênio, a ponto de haver o desequilíbrio com a consequente morte de peixes, por exemplo.
Mas, estômagos de aço, nós paulistanos não ligamos para isso; e bebemos este chorume, depois tratado. Será que bem tratado?
Uma opção seria recolher o tapete e deixá-lo decompor-se em tanques adequados, formando sério gás metano, poder-se-ia talvez obter alguma energia para quem sabe oxigenar a água da represa.
Fantasias. Ninguém no fundo se incomoda, conquanto saia água da torneira fedendo a hipoclorito de sódio.
Somos assim. Ecologia e proteção do meio ambiente é com os outros...