Os bons homens infelizmente também se vão
A cada eleições, a que vou contrariado pela obrigatoriedade chantageada, nos encontrávamos. Ele sempre me dizia para entender isto como ir ao proctologista, desagradável mas necessário.
Um gozador, mas da fina estirpe. Paulistaníssimo, depois de anos no exterior pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para questões de refugiados, a justa aposentadoria por cá. Adorador de feijoadas, caipirinhas e conversas longas no adorável jardim de sua bonita casa em Higienópolis.
Certa vez nos deliciamos em conjunto, com a esposa, as filhas e amigos em um restaurante no Bexiga, seu fraco e sugestão. Com os potentes frutos do mar e o gelado vinho branco. Por fim sua esposa diligente, com o olhar no relógio, deu um basta à conversa que já passava de 4 horas de duração, garçons bocejando.
Nos perguntou : - “Falei demais?”
Todos havíamos falado, ele era um excelente moderador de assuntos, quase um terapeuta. E nos divertido.
Repetimos em casa, a conversa era sólida, havia assunto.
Uma ou outra vez engatei um papo de livraria, pois grande leitor, era onde o encontrava inevitavelmente, lá pelos lados da Praça Villaboin. Daí íamos de Rosa a Assis, de Marques a Remarque.
Guilherme Lustosa da Cunha, nos deixou, após breve luta contra um poderoso mal, ontem 10 de junho de 2010.
Seguirá em paz, sei disto.