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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Gases poluentes

Por Carlos Eugênio J. Ayres, de Salvador

Estava eu na privada a meditar sobre o efeito que os gases liberados pelas vacas provocam na atmosfera da Terra, conforme alguns cientistas europeus descobriram, aumentando terrivelmente o buraco de ozônio na Antártida (como se houvessem vacas na Antártida, ora me deixe!), quando me dei conta de que nós, baianos, devemos poluir mais que as pobres ruminantes, coitadas, que não comem moqueca, feijoada, sarapatel, mocotó, buchada de bode, só para citar uns alimentos mais leves.

O presidente George W. Bush disse uma vez que os americanos são, sim, os maiores poluidores do ar no mundo, e que os EUA não iriam apoiar o Acordo de Kyoto, assinado pela maioria dos países se obrigando a reduzir a emissão de gases por parte dos seus habitantes. O argumento do governo americano é simples: como os Estados Unidos são o país mais rico do mundo, seria uma grande dificuldade conseguir que sua enorme população diminuísse o consumo de hot-dogs, batatas-fritas e pipocas, aliado à ingestão desmesurada de coca-cola que, como se sabe, é usada também para turbinar os motores dos carros de Fórmula 1.

Entretanto, cientistas contra-argumentam, dizendo que a medida reduzicionista nos EUA seria importante pois se descobriu que o grande consumo daquelas besteiras pelos gringos é a principal causa da formação de ciclones e tornados que devastam, todos os anos, centenas de cidades no Meio-Oeste do país, provocando inúmeras mortes e enorme prejuízo econômico.

Técnicos em meteorologia explicam melhor o fenômeno: no verão o pessoal de lá come mais, e com o calor, a baixa pressão atmosférica e o aumento de consumo, há uma grande concentração de ácido sulfídrico pairando sobre os EUA. Como esses gases tendem a se expandir para o Sul e para o Norte, o pessoal que mora no Caribe começa a soprar para cima, e os canadenses, para baixo, formando assim correntes de vento contrárias e ocasionando os furacões.

Alguns defensores do meio-ambiente estão preocupados com o futuro dos Estados Unidos, e citam o exemplo da África, que em priscas eras era o celeiro do mundo. Tinha tanta floresta, tanta comida, e tanta gente e tanto bicho comendo por lá que seus gases provocaram uma destruição geral, daí surgindo o deserto do Saara, no Norte, e as vastas savanas, no Sul do continente africano.

No Egito a coisa foi tão braba que a Esfíngie de Gizé teve o nariz carcomido pelas ondas de mau cheiro, e o pessoal de lá, que só tirava fotografia de perfil, preferia se esconder todo enrolado sob as pirâmides.

Nós, aqui em Salvador, não temos esses problemas. Durante quase todo o ano, somos abençoados com a brisa generosa que vem do oceano e que espalha nossos gases por sobre as águas da Baía de Todos os Santos. E graças a isso é que temos o privilégio de, no verão, apreciar um pôr-do-sol maravilhoso, todo vermelho, da cor do azeite de dendê do acarajé que tanto se come por aqui na alta estação.

1 O acarajé e seus gases decorrentes são belamente dissolvido pela brisa do mar em Soterópolis? Será?

2 As grandes e os grandes vilões! Pernacchia de gado é o problema!

3 Pelo visto além de não ter assinado o protocolo de Kyoto, o cara também não colaborava retendo os gases. Aqui foto em plena ação...

Comentários (clique para comentar)

- 29/04/2010 (08:04)

Pô Hermógenes, que cara sem estilo. Escatologia sem graça...