Saudações padre!
Li hoje sua missiva em 18.12.2007 em O Estado. Não concordo.
Qualquer tipo de privação, mesmo auto-imposta, indicando certa chantagem de um contra muitos, à la Gandhi, no estilo viúva da Calábria "eu me mato se não fizerem isto ou aquilo" é injusto.
A vida é sagrada, até a deste bispo franciscano. Privar-se e procurar a morte, por uma "causa maior" (existe isto?), a chantagear pessoas ou governos, consternar uma nação, imolar-se por uma idéia, no século 21, é solene atraso. Idêntico aos bobocas que se atiraram contra as torres em Nova Iorque, dizendo ser por combate aos infiéis.
Ora. Só criaram confusão; com milhares de mortes, até de quem nada tinha a ver com o troço. E se mataram perdendo o melhor do show, imaginando gratificação de centenas de virgens... viraram fumaça.
Diga ao colega, da Bahia, para andarilhar por aqueles sertões, como fez o Chefe J.C. lá pelo Oriente Médio a pregar o que é certo e bom para o humilde; e o não tão humilde também. O resultado será melhor. Se o cravaram na cruz, não foi por opção Dele, porém por brutalidade e procurar resolver problema incômodo aos "coronéis" hebreus e invasores romanos. Mas o Chefe nunca ameaçou greves de fome nem se matar por causa alguma. O Sujeito era bem razoável. Deu-se mal por isto.
O governo Lula e suas “bases” é formado por sagazes espertos, pouco razoáveis, nas pontas de ação. Vão enrolar o bispo, como já o fizerem no passado, prometendo nada e dizendo tudo. Se o franciscano, como o comandante dos ensandaliados, Francisco de Assis fez, inconformado, ao invés de ameaças contra a própria existência saísse a pregar, o efeito coronelista do governo seria enfraquecido. Muito. E o Rio São Francisco ficaria em paz longe das construtoras diligentes e recheadas, para o sustento de futuras campanhas de seus candidatos et caterva.
Sem estas bobagens de greve de fome, coisa antiquada, Dom Luis.
E aqui entre nós: que troço mais egocêntrico... mas somos assim.
O Rio São Francisco. Construtoras se alegram com o negócio da transposição. As primeiras "obras" contra a seca remontam a Pedro II. Até hoje não se resolveu. A seca não se combate; com ela se convive e previne-se.
Um solitário de ego gigantesco, à la Gandhi, ameaçando a própria vida por uma causa que poderia resolver pregando junto dos que sofrem. O potencial suicida?
hermó - 19/12/2007 (11:12)
Ainda bem! Só os leitores do Völkischer Beobachter que concordavam com tudo... Uma alegria saber que lê e, excelente, discorda. Mas confesso que em épocas de chantagem generalizada, a atitude do bispo, discutível ou não, na minha opinião, entra um pouco por esta vereda.
Fusca - 18/12/2007 (22:12)
Discordo, colega.
Até tu, Brutus? Não bastasse o às vezes destemido, às vezes 'aderido' Arnaldo Jabor chamando o bispo de 'chatola'? Muita insensibilidade para quem não suponho seguir o exemplo do despresidente que despreza a vida dos brasileiros, o que dizer de um reles 'padre'...
Com certeza o desgoverno Lulla agradece, junto a seu séquito de puxa-sacos como PT Henrique Amorim, Franklin Já Ministro Martins, Mangabeira Unger, Gilberto Gil e tantas outras celebridades, sem falar nos Collors, Malufs, Ciros e outros beneficiários das obras faraônicas.
Mais um pouco os holofotes também o contemplarão...
Lembrete para os mais moços - éramos apenas adolescentes na época:
Nos anos 70 - isto foi relembrado em matéria da Globo este ano - o governo militar planejou e executou projeto de transposição do Rio São Francisco com toda a engenharia disponível na época, verdadeiras 'avenidas' de fazendas, canalização, bombeamento, irrigação, etc. como manda o figurino. A lei da física inviabilizou as belas fazendas, que foram abandonadas como tabuleiro de xadrez sem peças: o custo do bombeamento (energia, US$/KWh) era muito alto para elevar e deslocar a água por centenas de quilômetros, sem falar na evaporação e perda por vazamentos durante o percurso... elementar, meu caro Newton. É bom lembrar que neste momento o volume do Velho Chico está abaixo de 17% do nível normal.
Mas acima de tudo não perder a perspectiva da vida do sertanejo sofrido que terá sua água desviada para 'projetos maiores', e de uma vida humilde dedicada aos pobres.