Como anda nosso PIB?
Por Lílian Gonçalves, de Juiz de Fora
A meu ver quem melhor descreveu a busca incessante pela beleza foi Augusto Cury no livro A ditadura da beleza, no qual relata que esta busca não é originária a partir da vontade própria do ser humano, mas de uma imposição social.
O apelo para impor um padrão de beleza, que na nossa cultura atual é o de ser magro, ter a cor do cabelo da moda, vestir-se como os grandes estilistas indicam. Mas eis que os veículos de comunicação contribuem, até de certo modo de forma apelativa, para a disseminação desses modismos que fazem com que as pessoas tenham um referencial de beleza no outro e não em si mesmas, mediante suas preferências, e no estar se sentindo bem.
Um dos padrões mais imposto, e mais buscado pela sociedade é o do corpo perfeito, para isso várias técnicas e receitas mágicas são inventadas todos os dias. Muitos desses modismos realmente levam ao resultado desejado: o emagrecimento. Porém este vem acompanhado de detrimento da saúde física e principalmente mental. Além disso, o resultado pode ser temporário, levando ao famoso “efeito sanfona”.
A prática de exercícios físicos associados a uma reeducação alimentar não são os preferidos. Há quem tome uma pílula e deite no sofá para rever programações antigas da TV; e acha que com isso conseguirá um emagrecimento. A promoção da saúde é esquecida, abrindo espaço para atos e decisões apelativas, como é o caso dos novos modismos de cirurgia de redução de estômago, abuso do uso de medicações, e a mais nova novidade do mercado: a ração humana.
O uso de medicação para auxiliar no tratamento da obesidade, não há mal algum, pois ele atuará justamente na compulsão alimentar, na ansiedade, dentre outras indicações. Porém ele sozinho não faz milagre.
Outro abuso cometido, e aqui não vou nem entrar no mérito da ética profissional médica, é a cirurgia para redução de estômago ( bariátrica), indicada para pessoas com obesidade mórbida já com agravos na saúde devido ao excesso de peso, como problemas cardíacos. Porém está sendo feita de forma aleatória. Basta a pessoa querer emagrecer dez quilos e estar disposta a fazer, que a mesma será realizada em curto prazo. É assustador o número de relatos de pessoas que fizeram a cirurgia, mesmo sem indicação em sites de relacionamentos.
Já a grande novidade é a ração humana, que tal como as rações caninas não é para qualquer vira lata, pois com a procura crescendo o valor tem se elevado cada vez mais. Em um dia estava oito reais, sete dias depois já foi para quatorze reais.
Muitos lêem o que compõe tal ração, porém não percebem que estão comprando substâncias facilmente encontradas em alimentos como peixes, óleos vegetais, azeite, legumes, verduras, frutas, cereais, grãos. Ou seja, estão assinando o atestado que não sabem se alimentar adequadamente, necessitando lançar mão de um produto que regule a alimentação.
Pode-se dizer então que a ração humana é a falsa reeducação alimentar, pois enquanto você estiver a consumindo estará equilibrando sua dieta. No entanto, quando cessar o consumo, os problemas de uma má alimentação retornarão, conseqüentemente o aumento do peso.
É preciso ter em mente que o aumento de peso na maioria das vezes é resultado de uma má alimentação, ou melhor, de uma dieta desequilibrada, rica em açúcar e carboidrato ( também na maioria das vezes). Além disso, se não for feita a reeducação alimentar, associada ao exercício físico, não terá redução de estômago, lipoaspiração, quiçá ração humana que impeça novo ganho no peso, e ainda pode ganhar de brinde uma morte precoce.