Sauerbraten
Está aí prato que apetece, acho delicioso. Mas raro de encontrar quem faça bem feito. Típico alemão; perdões, são as origens. Com aquelas bolas de batata grandes, nhoques redondos feitos sonhos, que os alemães e austríacos chamam de Knödel. Se bem elaborados, uma delícia.
Alguns dizem ser de fato prato alemão, mas em todos os casos há os discordantes que dizem: austríaco! (Lembra um tanto o ditador dos anos 30-40 por lá, que perdida a guerra deixou de ser o führer alemão, em minúsculas mesmo, não mereceu o contrário, para voltar a ser aquele cabo austríaco...)
Uns afirmam ser húngaro, mais adiante alguém descobre que a origem é da Borgonha, por fim outro diz que comidas mais pesadas com muito vinagre (é o caso) são todas de origem greco-romana.
Vai saber...
De qualquer modo, uma amiga o fez com brilho, foi um deleite.
Ao invés da carne rústica e menos nobre, usou do nosso bom filé de nelore. Deixou o vinagre simples e ácido demais para usar um aceto balsâmico de Modena e, talvez consciente de estarmos pelas Américas, ao invés dos Knödel fez o acompanhamento com um purê de farinha de milho, que os italianos tão apropriadamente chamam de polenta, aqui é um fubá cozido mesmo... (mas não me pergunte porque apropriadamente...)
Com uns vinhos chilenos, brancos (vai muito bem em contraste com o consistente molho tinto à base do aceto).
E para entrada um grande clássico: os aspargos tépidos, com molho vinagrete e uma emulsão caseira, a base de ovos, azeite e mostarda: fina maionese.
Para o contraste um presunto de Parma, fatiado como leve filme, quase dissolvendo na boca. As fatias de um pão preto com nozes fazem a farra, greco-tedesco-austro-romana, o diabo.
Pois a culinária nos leva mais próximos ao diabo. Quem vai ao céu fica pela canja de galinha sem sal, água mineral sem gelo e frutas da época; menos maçã, isto é pecado...
Pedimos o céu e sonhamos com o inferno e suas perversidades...
Somos assim.
Para a receita completa a amiga dispõe seu e-mail. É a Connie em cschillag@gmail.com